Na pesquisa regular de casos e protagonistas que possa transportar do passado até esta página, dou com declarações – umas datadas outras ainda actuais – que o decurso dos anos decidiu serem certeiras ou desfasadas, sérias ou fúteis, merecidas ou injustas, mas surpreendentes tanto tempo depois. Estas são do Verão de 1995… “O regime constitucional de 1976 entrou em agonia, é preciso outro” –...
Frases com 20 anos e quase de hoje
Derrota injusta do Sporting? Contra o destino, nada feito
Em dez jogos em casa para início da Liga dos Campeões, o Real Madrid obteve dez vitórias. E isso aconteceu tanto a jogar bem como a não dar uma para a caixa, como ontem – ou como sucede, vendo bem as coisas, desde a última época de José Mourinho, quando os barões do balneário merengue se dedicaram, com pleno êxito, mais à intriga do que ao futebol. A esse peso estatístico chama-se destino e...
Mário Quina, o velejador olímpico e o helicobacter
Antes de deixar o Record, há três anos, inaugurei nas paredes de vidro da redação um painel fotográfico com todos os medalhados olímpicos portugueses – e que vai agora integrar Telma Monteiro. E lá estão, entre os manos Duarte e Fernando Bello, e o campeoníssimo Carlos Lopes, os irmãos Quina, Mário e José Manuel, que foram medalha de prata na vela – classe de Star, com o Ma Lindo – nos Jogos...
Marcelo, o Justo
A esquerda que não votou em Marcelo Rebelo de Sousa, e que em boa parte o detesta, arrepiou-se ao vê-lo atribuir a Grã-Cruz da Ordem do Mérito, a título póstumo, a António Champalimaud. Fez idêntico esgar de desprezo ao de certa direita quando, há dois meses, Marcelo entregou à viúva de Salgueiro Maia a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, com que quis honrar o militar de abril. E como paga...
Temos falta de jeito para o negócio
Fui a uma praia da costa alentejana, no último sábado. Estava cheia, claro. Comecei por suportar uma longa fila para entrar no parque, pago, porque a admissão era feita carro a carro por um único funcionário, que cobrava uma tarifa única, fora da cabina, e ia depois buscar lá dentro o troco e o recibo. Já no areal, procurei um chapéu de praia. Não havia. Eram poucos – e no espaço concessionado...
O que devo a Antero Henrique
Vinte e seis anos é meia vida, a meia vida que Antero Henrique dedicou ao FC Porto. Vítima da seca de títulos por que passa o Dragão, do desgaste provocado por um caminho carregado de espinhos e armadilhas, e – pelo que se sabe e se não sabe – do fogo amigo das divergências, das intrigas e das agendas próprias, terminou o ciclo de um dirigente que fica na história portista. Devo a Antero...
A última vez que o chão nos fugiu
A 28 de Fevereiro de 1969, a terra tremeu pela última vez a sério no continente português. Eu vivia então num prédio acabado de construir e lembro-me de acordar, de madrugada, com um leve abanão da cama. Nem todos, do Minho ao Algarve, tiveram tão pequeno susto – pois houve 13 vítimas mortais e foi no sul do País, mais perto do epicentro, que se registaram os maiores danos, com o sismo a atingir...
Não bate certo com Santana Lopes
Não perco, na SIC, as análises de Pedro Santana Lopes, aprecio as suas qualidades humanas e relevo o facto de as escavações inimigas jamais terem encontrado sinais das vigarices que distinguem alguns aldrabões apaparicados pela comunicação social. Em 2004, enquanto primeiro-ministro, PSL foi alvo da maior ação de contra-informação a que os nossos média sujeitaram até hoje um político. Inventaram...
Baptista Pereira, o nadador que deu um banho ao crocodilo
É uma imagem, já com 62 anos, que perdura na minha memória: a de uma capa de jornal, creio que do Diário Popular, com uma foto a toda a largura da primeira página e uma manchete simples: Mancha. Nesse sábado, 21 de Agosto de 1954, o país delirava com a notícia, divulgada pela rádio, da vitória na maratona da Mancha – a travessia do canal, entre Calais, França, e Dover, Inglaterra – de um dos mais...
O elixir de Alvalade ou a descoberta da pólvora
Reza a lenda que na China do século IX, ao procurar criar o elixir da imortalidade, um grupo de alquimistas descobriu a pólvora. Também o Sporting recorreu a um alquimista, Bruno de Carvalho, para inverter o rumo das desgraças que se sucediam em Alvalade e descobrir a pólvora. Podia é tê-lo tido mais cedo, logo nas eleições de 2011, quando Bruno tinha a batalha ganha até às 18 horas, para depois...
