Além de não ser chauvinista, simpatizo com Julio Velázquez. Ao contrário de Lopetegui, que recorria a duas ou três palavras de português, ao cabo de ano e meio no Porto, o treinador do Belenenses diz “miércoles” e logo corrige para quarta-feira, um sinal de respeito pelo país onde trabalha. E exibe, ainda, um sorriso, uma alegria natural que aplica no campo, quando deixa o “autocarro” na garagem...
O dia em que me despedi de uma lenda: Miguel Di Pace
“De tanto ouvir falar do seu génio, do seu estilo e da sua elegância, fecho os olhos e até parece que o estou a ver” – Rui Dias, jornalista, sobre Di Pace Entre os 7 e os 12 anos, perdi poucos jogos do Belenenses, no campo das Salésias. Ia com o meu pai da nossa casa, na Estrela, e descia a Av. Infante Santo até ao eléctrico que nos levava a Belém. Em 1953, tinham chegado para os azuis três...
A Juventus que leve 4, nós não!
Gostava de me associar às comemorações dos três minutos mágicos com que Messi semidestruiu o indestrutível Bayern, apenas para contrariar a corrente geral que faz vénias ao segundo golo, tão vulgar no repertório do astro. Para mim, mais fantástico pareceu o primeiro, o do abrelatas, que começou a decidir um jogo até então em tudo empatado. Encontrar aquela aberta entre os defesas, ou fabricá-la...
A lei da selva ou a saída de Jorge Simão do Mafra
Começo por esclarecer que, não concordando com o afastamento de Lito Vidigal do comando técnico do Belenenses, reconheço que a administração da SAD foi perspicaz na escolha do sucessor. Mais: até hoje, Rui Pedro Soares ainda não se deixou enganar nesse particular, um mérito maior do que se supõe já que o que não falta, mal haja oportunidade, são sugestões, e muitas delas absurdas, por parte...
Drama e nostalgia em Belém
Parece que só a desgraça une os belenenses. Sempre que o mau tempo se afasta e começa a cheirar a primavera, instala-se a divergência, a desunião e a inimizade. Onde houver dois adeptos da cruz ao peito, ouve-se a um dizer branco e logo o outro a garantir que é preto. Na última semana, a agitação foi grande e nas redes sociais instalou-se o drama: dos nostálgicos de Matateu, aos fatalistas que já...
A incompreensível atitude de Rui Pedro Soares
Em 15 dias: vitória em Guimarães, perante uma das melhores turmas do campeonato, empate no Restelo, frente ao Sporting, com o triunfo a fugir nos últimos segundos, e nova vitória fora de casa, desta vez no Funchal, sobre um Marítimo que tem um orçamento muito maior e um conjunto de futebolistas que o professor Neca não hesitaria em classificar como “um grande plantel”. Esta tripla e inesperada...
O destemido professor Neca
Num debate televisivo sobre futebol, um antigo jogador mediano irritou-se e acusou dois dos “colegas” que o contraditavam de “nunca terem entrado num balneário”. Ele, que é semi-analfabeto – diz “tênhamos” e “fáçamos”… – pode fazer comentários, mas quem não jogou à bola (julga o rapaz) não devia ser autorizado a pronunciar-se sobre os jogos e os seus intérpretes. Coitado. Se essa “luta de...
Sérgio Conceição e Lito Vidigal: dois casos diferentes
Sérgio Conceição permanece igual ao que sempre foi: um showman. Já era espectacular como jogador, continua extrovertido e irreverente no papel de treinador. E esta semana tirou mais um coelho da cartola ao decretar um blackout, ao que parece sem dar conhecimento aos dirigentes da SAD arsenalista. Não o fez, seguramente, para silenciar António Salvador, que não é pessoa de se sentar no banco nem...
Partiu o dirigente sereno que evitou o pior
Desapareceu há dias, aos 85 anos, um dos símbolos do velho dirigismo desportivo que fez escola pelos piores motivos, mas que teve baluartes de serenidade, dedicação e competência como Barcínio Pinto, antigo chefe do departamento de futebol do Belenenses. Cruzei-me com ele no final da década de 80, quando dirigi o jornal do clube de Belém, e pude admirar-lhe o carácter. O jornalista Leonardo...
José Mourinho Félix e o Belenenses
Agora que o Belenenses tem uma direção um bocadinho mais prafrentex, seria bom que o clube se lembrasse de prestar a devida homenagem a José Mourinho Félix, ou simplesmente a Mourinho, como era conhecido enquanto jogador. É que a impressionante carreira do filho não pode fazer esquecer os méritos do pai, que serviu o Belenenses como jogador, ao longo de seis épocas, de 1968 a 1974, como treinador...