Alexandre Pais

Antena paranóica: Maria João Abreu, uma estrela sem palco

A

O apreço que António Sala e
Manuel Luís Goucha me merecem, e o respeito que devo a todos os que colaboram
em “A tua cara não me é estranha”, da TVI, fazem com que não gaste demasiada
cera com um programa que é do pior que se tem feito entre nós, mesmo tendo em
conta a pouca exigência do público-alvo.

Prefiro salientar o que julgo
mais positivo: as criações de alguns artistas cuja capacidade atenua os efeitos
da tragédia. E de tudo o que temos
visto de melhor destaco as performances de Maria João Abreu, uma actriz que
começou do nada, em 1983, pela mão de Sérgio de Azevedo, e que chegou a
primeira figura pela exclusiva qualidade do seu trabalho.

Se o leitor achar intragáveis
os pegajosos elogios da ora “jurada” Alexandra Lencastre à sua colega, resista.
Porque se é fácil mudar de canal, lamentável seria perder a intuição pura de
uma comediante que tem o raro condão de nos emocionar.

Representar é uma actividade
simples, basta ser capaz. Mas Maria João vai mais longe: é uma estrela. Infelizmente, uma estrela sem palco à medida do seu enorme talento.

Antena paranóica, crónica publicada na edição impressa do Correio da Manhã de 4 fevereiro 2012

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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