O Manchester United saiu derrotado do Etihad Stadium e está já a 13 pontos do líder Chelsea e a quatro dos lugares europeus, ou seja, como ficou fora das competições da UEFA arrisca de novo o mesmo destino, apesar do gigantesco investimento que fez para contratar jogadores como Di María, Rojo ou Falcão.
Dirigido por um dos melhores treinadores do Mundo, o MU descurou, escandalosamente, o equilíbrio do plantel – ontem, jogou com Valencia a lateral-direito (!), e quando Rojo saiu, lesionado, teve de fazer entrar para o centro da defesa um norte-irlandês de 19 anos (e de 1 metro e 72!…), que não tardou 10 minutos para ver El Kun marcar, no coração da área precisamente, o golo da vitória do City. De que serve atacar com Rooney, Van Persie e Di María, se cá atrás a defesa é banal e a linha intermédia também não vai longe?
Refiro o caso dos “red devils” para justificar o do Sporting, cujo plantel padece de mal idêntico mas que sempre tem uma justificação: a limitação dos recursos. Partindo quase do zero e gerindo a casa ao cêntimo, os leões encontram-se hoje na insólita situação de terem na frente talentos como Nani, Carrillo, Montero, Capel, Mané ou Slimani, no meio-campo mais dois ou três bons jogadores e a seguir uma defesa em que só Rui Patrício não provém do susto. E se os laterais ainda disfarçam a mediania, o problema dos centrais – e foi pelo meio da linha mais recuada que o Sporting baqueou em Guimarães – arrasta-se há anos, pelo menos desde que se concluiu que Polga não servia e depois, com a exceção de Rojo, nunca mais houve um central do nível do brasileiro.
Agora, é sofrer, esperar por janeiro e anular o “gap”, para que Marco Silva possa fazer partir da solidez defensiva, como mandam os livros, a caminhada para a vitória. Já há futebol mas falta o resto.
Canto direto, Record, 3NOV14
Sporting espera por janeiro
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