Alexandre Pais

Record sobe contra a maré negra que levou aos diários 8 milhões de exemplares

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Do primeiro semestre de 2009 para o de 2010, os números – ontem revelados pela APCT – Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragens – não mentem e são preocupantes: oito títulos diários pagos, sendo cinco generalistas, dois “económicos” e um “desportivo” (“O Jogo”) – todos menos o Record e o “Correio da Manhã”, que foram os únicos a melhorar os seus resultados – caíram de 231.486 para 187.780 exemplares de vendas em banca, menos 43.706 cópias/dia (!), o que representa uma queda de 18,9%.

Tudo isso corresponde a um “desaparecimento”, no semestre, de quase 8 milhões de exemplares, a que se deverão juntar as prováveis perdas de “A Bola”, que prossegue na sua cruzada de não divulgação de resultados.

Em termos de receitas, se considerarmos 70 cêntimos por exemplar como média líquida para o editor, avaliaremos numa verba superior a 5 milhões de euros as perdas das empresas de media proprietárias dos oito títulos.

Em contraciclo a esta autêntica “maré negra”, o Record cresceu no primeiro semestre 4,7%, 3.052 exemplares, as suas vendas em banca, e 4,8% no total da circulação paga – que contempla vendas em bloco, assinaturas e assinaturas online – que se fixou agora nos 70.739 exemplares.

O CM foi o outro diário que subiu, 6,8%, 7.655 exemplares, ultrapassando os 120 mil exemplares/dia (ver info acima).

Na luta dos “desportivos”, Record continua a aumentar a sua vantagem para “O Jogo” – que segue em queda, agora com menos 4,7% em banca, 1.315 exemplares, e 2,9% em circulação total, 818 exemplares – tendo já o nosso jornal uma quota de mercado de 72%.

Nos outros títulos, destacam-se as perdas do “Jornal de Notícias”, com menos 11 mil exemplares, 12,1%, do “Diário de Notícias”, com menos 7.718, 24,4%, e do “Público”, com menos 4.848 cópias/dia, 15,3%.

Em matéria de grupos, a Cofina cresceu de 40,9 milhões de exemplares para 42,2 e a Controlinveste caiu de 39 milhões para 32,4, a “parte de leão”, mais de 80%, dos 8 milhões que se foram.

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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