Alexandre Pais

Pelo Record me penitencio

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Tudo parece encaminhado para o regresso do Boavista à liga principal após a frustrada tentativa de apagar do mapa um dos mais históricos clubes portugueses.

A facilidade com que se abateu o grémio do Bessa é chocante, embora não seja muito diferente daquela com que se julgam pessoas na praça pública, se assassinam reputações ou se atenta contra o caráter de quem, por falta de jeito ou de felicidade, foi apanhado na teia da inveja coletiva.

E a pergunta que se coloca é esta: se o Boavista foi injustamente punido, como se demonstrou, por que motivo demorou cinco anos a reparar essa injustiça? E como foi possível que tantos responsáveis permanecessem tanto tempo em silêncio? – alguns, por certo, na esperança de que a fragilidade dos homens e das instituições enterrasse de vez o caixão axadrezado.

Piso terreno armadilhado para me interrogar, até, sobre os motivos que terão levado a comunicação social a “esquecer” o Boavista e a considerar provados e satisfatórios os pressupostos da sua condenação. E a não prosseguir uma investigação que conduziria, fatalmente, à inexistência de crime nas condutas imputadas a Valentim Loureiro e a João Loureiro, à tese de prescrição dos processos, à não descida de Deus à Terra, enfim, o que fosse.

Como dirijo um diário com responsabilidades especiais no acompanhamento do fenómeno desportivo e na denúncia dos erros que gera, sinto-me tão à vontade a fazer a pergunta como a responder: nada havendo na comunicação social contra o Boavista, muito pelo contrário, não existem motivos que justifiquem a indiferença dos média quanto à sua sorte. Trata-se de um caso, mais um, de pura inércia. Aceitar o infortúnio alheio com desprendimento é sinal de uma sociedade doente, que perdeu valores e deixou de acreditar na justiça.

Pelo Record me penitencio: não nos devíamos ter calado. Bem-vindo de volta, Boavista.

Tudo parece encaminhado para o regresso do Boavista à liga principal após a frustrada tentativa de apagar do mapa um dos mais históricos clubes portugueses.
A facilidade com que se abateu o grémio do Bessa é chocante, embora não seja muito diferente daquela com que se julgam pessoas na praça pública, se assassinam reputações ou se atenta contra o caráter de quem, por falta de jeito ou de felicidade, foi apanhado na teia da inveja coletiva.
E a pergunta que se coloca é esta: se o Boavista foi injustamente punido, como se demonstrou, por que motivo demorou cinco anos a reparar essa injustiça? E como foi possível que tantos responsáveis permanecessem tanto tempo em silêncio? – alguns, por certo, na esperança de que a fragilidade dos homens e das instituições enterrasse de vez o caixão axadrezado.
Piso terreno armadilhado para me interrogar, até, sobre os motivos que terão levado a comunicação social a “esquecer” o Boavista e a considerar provados e satisfatórios os pressupostos da sua condenação. E a não prosseguir uma investigação que conduziria, fatalmente, à inexistência de crime nas condutas imputadas a Valentim Loureiro e a João Loureiro, à tese de prescrição dos processos, à não descida de Deus à Terra, enfim, o que fosse.
Como dirijo um diário com responsabilidades especiais no acompanhamento do fenómeno desportivo e na denúncia dos erros que gera, sinto-me tão à vontade a fazer a pergunta como a responder: nada havendo na comunicação social contra o Boavista, muito pelo contrário, não existem motivos que justifiquem a indiferença dos média quanto à sua sorte. Trata-se de um caso, mais um, de pura inércia. Aceitar o infortúnio alheio com desprendimento é sinal de uma sociedade doente, que perdeu valores e deixou de acreditar na justiça. Pelo Record me penitencio: não nos devíamos ter calado. Bem-vindo de volta, Boavista.Tudo parece encaminhado para o regresso do Boavista à liga principal após a frustrada tentativa de apagar do mapa um dos mais históricos clubes portugueses.A facilidade com que se abateu o grémio do Bessa é chocante, embora não seja muito diferente daquela com que se julgam pessoas na praça pública, se assassinam reputações ou se atenta contra o caráter de quem, por falta de jeito ou de felicidade, foi apanhado na teia da inveja coletiva.E a pergunta que se coloca é esta: se o Boavista foi injustamente punido, como se demonstrou, por que motivo demorou cinco anos a reparar essa injustiça? E como foi possível que tantos responsáveis permanecessem tanto tempo em silêncio? – alguns, por certo, na esperança de que a fragilidade dos homens e das instituições enterrasse de vez o caixão axadrezado.Piso terreno armadilhado para me interrogar, até, sobre os motivos que terão levado a comunicação social a “esquecer” o Boavista e a considerar provados e satisfatórios os pressupostos da sua condenação. E a não prosseguir uma investigação que conduziria, fatalmente, à inexistência de crime nas condutas imputadas a Valentim Loureiro e a João Loureiro, à tese de prescrição dos processos, à não descida de Deus à Terra, enfim, o que fosse.Como dirijo um diário com responsabilidades especiais no acompanhamento do fenómeno desportivo e na denúncia dos erros que gera, sinto-me tão à vontade a fazer a pergunta como a responder: nada havendo na comunicação social contra o Boavista, muito pelo contrário, não existem motivos que justifiquem a indiferença dos média quanto à sua sorte. Trata-se de um caso, mais um, de pura inércia. Aceitar o infortúnio alheio com desprendimento é sinal de uma sociedade doente, que perdeu valores e deixou de acreditar na justiça. Pelo Record me penitencio: não nos devíamos ter calado. Bem-vindo de volta, Boavista. 

Canto direto, publicado na edição impressa de Record de 23 fevereiro 2013

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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