Alexandre Pais

Os príncipes é que decidem do emprego dos treinadores

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Antes da visita do Manchester United ao Middlesbrough, José Mourinho sentenciou: os jogadores do Boro, ou alguns deles, que Mou sabe quem são, foram os culpados pelo despedimento de Aitor Karanka, antigo adjunto do português no Real Madrid. E o treinador do MU conhece bem esse truque, já que ele próprio foi vítima dos barões do balneário, tanto ao serviço dos blancos como depois, no regresso ao Chelsea. Veja-se como certos milionários blues, tão enjoadinhos e em sub-rendimento no tempo de Mourinho, estão agora ao seu melhor nível sob a batuta de Conte.
O caso do Leicester é um susto. Após meses de derrotas na liga, os donos do clube despediram Claudio Ranieri, o técnico que fizera de uma turma mediana campeã de Inglaterra. E escolheram, para isso, o dia seguinte à primeira mão dos oitavos de final da Champions, em que o Leicester voltou de Sevilha com o resultado negativo mas tangencial (2-1) que permitiu a Shakespeare, o sucessor de Ranieri, ganhar em casa por 2-0 e apurar-se para os quartos. O novo líder venceu esse jogo e os três que já disputou para a Premier: um duplo 3-1 no King Power, ao Liverpool e ao Hull City, e 3-2 fora, ao West Ham. Foram 11 golos marcados em quatro jogos! Por onde andava esta equipa e estes dignos profissionais?
Para triunfar, não basta ao treinador perceber de futebol. Há que ser também psicólogo e trazer os jogadores ao colo, mimá-los como príncipes. De contrário, os meninos amuam e adeus emprego.
Canto direto, Record, 20MAR17

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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