Não gosto de criticar outros
órgãos de comunicação. Quase todos os dias se me arrepelariam os cabelos, se os
tivesse, com os erros e omissões que encontro no diário que dirijo, alguns da
minha própria responsabilidade, que são os que doem mais.
Mas não entendo que canais
generalistas, e em especial aqueles cuja especialização é a informação, repitam
em rodapé, até à exaustão, as mesmas notícias, incluindo as que têm barbas.
Escrevo esta crónica à hora
de almoço de quinta-feira, e estou a ler, na RTP1, que Carlos Manuel é o novo
seleccionador da Guiné e que Rafael Nadal derrotou Djokovic em Roland Garros. São
temas do dia? Não. São de quarta-feira? Não. São de terça? Também não. São de
segunda? Sim, e têm até um sabor a domingo. Que incompreensível coisa.
Não estivesse a direcção de
informação da estação oficial entregue a um profissional da qualidade de Nuno
Santos e nada me admiraria, afinal, é fruta da época. Assim, acho estranho. Ou
então tudo se modificou, agora trabalha-se desta maneira e eu é que não dei por
isso, magna questão.
Antena paranóica, publicado na edição impressa do “Correio da Manhã” de 16 junho 2012