Alexandre Pais

Vêm aí 2500 refugiados

V

As imagens, chocantes, surgem todos os dias como uma tortura que promete não terminar: são milhares de homens, mulheres e crianças que procuram desesperadamente atravessar o Mediterrâneo e atingir solo europeu. Já vai longe o tempo em que os espanhóis controlavam com facilidade, nas ondas de Tarifa, os botes com que dezenas de marroquinos fugiam do desemprego e da fome.
Hoje, o abandono da terra-mãe, da Líbia à Síria, não se destina a contornar uma vida de miséria – mas a evitar a barbárie das execuções-sumárias. E isso significa que o êxodo irá continuar, ganhando contornos incontroláveis mal a velha e cínica Europa junte, à concessão de asilo, a distribuição dos refugiados pelos países.
Para Portugal, viriam 700, mas o número subiu já para 2 500 e não ficará por aí. Teremos capacidade de nos organizarmos para a nobreza do acolhimento ou estaremos a contar resolver o problema com sandes e cobertores, a mata do Jamor e barracaria debaixo dos viadutos? Confesso que até tremo.
Antena paranoica, CM, 30MAI15

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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