Alexandre Pais

A cruzada errada dos sportinguistas

A

É a loucura. As eleições para a presidência do Sporting estão a deixar os seus adeptos com os nervos em franja. E se entre os três candidatos se pode dizer já que o verniz estalou e a harmonia não é possível, os respetivos apoiantes, então, olham uns para os outros não como consócios que divergem nas ideias e se unem em torno do amor comum ao emblema, mas como cruzados dispostos a utilizar o ferro contra os infiéis.

Como não alimento guerras, não sou recetáculo habitual de queixas, lamúrias, azias ou crises de fígado. Mas desta vez não escapo a este “fogo amigo” e ainda ontem um leitor, daqueles a sério, que não é nenhum louco à solta, se me dirigia, perguntando: “Ainda não percebo como o Record dá tanto tempo e espaço mediático ao sr. Carlos Barbosa. Que coisa útil fez ele no clube?” E apontando o “caso de Futre”, acrescentava: “O Record ainda não reparou que ele faz rir o mais sisudo e tornou-se figura cómica nacional? Lembra-se do que disse quando Godinho Lopes foi ao balneário e o Record, de modo indecoroso, deu largo empolamento a esse episódio?” E logo a seguir: “O Record, por incrível que pareça, é a correia de transmissão que muito denigre o Sporting. Porquê? Porque dá o jornal tanto mediatismo a todo o bicho careta que de algum modo tem relação com o SCP e por represálias o amesquinha? Que esquisito amor o destes traidores ou hipócritas sportinguistas”.

Este testemunho diz bem dos tempos que se vivem em Alvalade, em que nem os seus são poupados. Não concordam com o nosso candidato, criticam isto ou aquilo, apontam outros caminhos? Então, são “traidores ou hipócritas” para os mais educados, ou classificados de forma impublicável pelos próceres do destempero e da barbárie.

Record não está contra ninguém, está pelo Sporting. E mesmo temendo que o ódio mine fatalmente um dos grandes baluartes do desporto português, não silenciará os “maus”, nem incensará os “bons”. Somos uma casa comum com espaço para todos. E assim continuaremos.

Canto direto, publicado na edição impressa de Record de 2 março 2013 

É a loucura. As eleições para a presidência do Sporting estão a deixar os seus adeptos com os nervos em franja. E se entre os três candidatos se pode dizer já que o verniz estalou e a harmonia não é possível, os respetivos apoiantes, então, olham uns para os outros não como consócios que divergem nas ideias e se unem em torno do amor comum ao emblema, mas como cruzados dispostos a utilizar o ferro contra os infiéis.


Como não alimento guerras, não sou recetáculo habitual de queixas, lamúrias, azias ou crises de fígado. Mas desta vez não escapo a este fogo cruzado e ainda ontem um leitor, daqueles a sério, que não é nenhum louco à solta, se me dirigia, perguntando: “Ainda não percebo como o Record dá tanto tempo e espaço mediático ao sr. Carlos Barbosa. Que coisa útil fez ele no clube?” E apontando o “caso de Futre”, acrescentava: “O Record ainda não reparou que ele faz rir o mais sisudo e tornou-se figura cómica nacional? Lembra-se do que disse quando Godinho Lopes foi ao balneário e o Record, de modo indecoroso, deu largo empolamento a esse episódio?” E logo a seguir: “O Record, por incrível que pareça, é a correia de transmissão que muito denigre o Sporting. Porquê? Porque dá o jornal tanto mediatismo a todo o bicho careta que de algum modo tem relação com o SCP e por represálias o amesquinha? Que esquisito amor o destes traidores ou hipócritas sportinguistas”.
Este testemunho diz bem dos tempos que se vivem em Alvalade, em que nem os seus são poupados. Não concordam com o nosso candidato, criticam isto ou aquilo, apontam outros caminhos? Então, são “traidores ou hipócritas” para os mais educados, ou classificados de forma impublicável pelos agentes do destempero e da barbárie.
Record não está contra ninguém, está pelo Sporting. E mesmo temendo que o ódio mine fatalmente um dos grandes baluartes do desporto português, não silenciará os “maus”, nem incensará os “bons”. Somos uma casa comum com espaço para todos.

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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