Com quase 100 milhões de seguidores, Cristiano Ronaldo é o ‘rei’ do Twitter e uma das personalidades mais atingidas pelos ‘haters’. Lionel Messi é, por isso, utilizado pelos que não gostam do português, como exemplo da ‘verdadeira’ excelência, o que faz com que seja também alvo de críticas violentas por muitos daqueles que idolatram CR7. Cambada de imbecis, é o que é.
É certo que o argentino cometeu o erro de deixar o Barcelona – e o Barça de o deixar sair – e com isso perdeu boa parte da sua alegria de jogar, pelo que já não protagoniza, a dois meses dos 35 anos, os ‘slaloms’ prodigiosos que só ele e Maradona podiam assinar. Mas daí a repetir-se com Leo a tese ridícula do ‘acabado’, que alguns defendem para atacar Cristiano, vai uma distância avassaladora.
Nunca entendi que para se gostar de uma das duas estrelas que dominaram o futebol por uma década e meia fosse preciso denegrir e odiar a outra. E nem vou ao ponto de esmiuçar os números arrasadores de Messi – que leva um total de golos e de assistências superior ao de desafios disputados! – ou os prémios individuais que acumula. Não, ele continua a valer pelo que é, atualmente, como jogador, um jogador acima da média dos melhores executantes do Planeta. Integrando hoje uma equipa incaracterística, com excesso de vedetas e carência de esforço e de entusiasmo – e com profissionais de partida uns, de facto acabados outros, e assobiados os que pretendem ficar, estranho emblema aquele… – o capitão da seleção da Argentina marcou, no sábado, ao Lens, mais um golo de antologia, e tornou-se campeão em França. Tem de provar ainda o quê aos ‘gremlins’ das redes sociais?
O mesmo se poderá dizer de Cristiano, que apontou o centésimo golo na Premier League e logrou um novo recorde, pese o facto de atuar na pior equipa do Manchester United desde a saída de José Mourinho. Soma esta época 28 golos – ‘contra’ os 13 de Messi. Faltando quatro jogos ao seu clube e outros tantos à Seleção, teremos outra temporada com mais de 30 golos, nada mau para os 37 anos do segundo ‘acabadíssimo’ desta história de anormais.
O Mundial de snooker está ao rubro. Apesar do afastamento de Mark Selby, campeão em título, nomes míticos da modalidade – como Judd Trump, John Higins, Mark Williams ou o inevitável Ronnie O’Sullivan – continuam em prova à hora em que escrevo esta crónica, pelo que nos próximos dias irei manter-me ligado ao Eurosport e ao elevado nível do acompanhamento dos comentadores portugueses. A não perder!
E já que o tema é televisão: quando será que os nossos realizadores de jogos de futebol percebem que o derradeiro apito do árbitro não põe fim às expetativas do telespetador? A pressa com que a TVI fecha os ‘diretos’, para se dedicar à divina programação, é contrária ao interesse dos adeptos pelo que continua a acontecer em campo. Nem o sentido de reportagem de ingleses ou espanhóis nos consegue abrir os olhos?
Último parágrafo para Sérgio Abrantes Mendes, uma referência do Sporting que desaparece. Era um ‘gentleman’ e partiu cedo, como tantas vezes sucede com os homens bons cujo legado é uma marca indelével de probidade e tolerância. Chapeau!
Outra vez segunda-feira, Record, 25abr22