Alexandre Pais

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Crónicas da Sábado: há 40 anos, início de vida

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Com o passar do tempo, ganhei um pouco a mania das esquinas da vida, ou seja, gosto de parar para pensar sempre que decorrem anos certos sobre algo que dobrei mas me marcou. E esta semana peço licença para gastar a paciência do leitor – tenho uma prática recorrente de abuso nessa área, eu sei – para voltar atrás precisamente 40 anos e recordar aquele dia de Fevereiro de 1972 em que passei a porta...

Crónicas da Sábado: nem um mililitro de silicone

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Se tudo o que contribui para melhorar a nossa realidade é bem-vindo, o silicone só podia transformar-se num enorme sucesso. Até à sua chegada ao mercado, as mulheres dependiam em exclusivo das qualidades próprias de representação para fingirem ser o que não são – uma arte a que recorrerão até ao final dos tempos – e de umas próteses manhosas para compensarem a escassa generosidade da mãe...

Crónicas da Sábado: Sinais dos tempos (1)

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1. Passos Coelho foi ao supermercado, sozinho mas com o fotógrafo atrás. Sozinho no que respeita à família, pois levou um segurança, um único, atrás. Cavaco foi, assim, rendido como centro das atenções nas redes sociais, com grande parte dos comentários a pender para a ridicularização da ida do primeiro-ministro às compras. Comecei por discordar da corrente maioritária no Facebook ou no Twitter...

Crónicas da Sábado: o supremo aldrabado da nação

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Numa das minhas primeiras vidas, privei com uma pessoa cuja maior preocupação era aquilo que os outros tinham, os presentes ou as heranças que recebiam, os carros que trocavam, as casas ou os móveis que adquiriam, os anéis ou as roupas que usavam. Ela consumia-se em particular por haver sempre alguém com quem não podia competir em termos materiais. Mas em simultâneo não gostava de sacrifícios...

Crónicas da Sábado: careca, ancião, ex-conspirador

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Perdi oito quilos em poucos meses e lá se foi todo o esforço do meu cabeleireiro nas últimas duas décadas: deixei de parecer mais novo. Não, não estou doente, aviso já, que ainda no domingo fui abordado no hipermercado por uma senhora que pediu desculpa para me perguntar o que se passava comigo, que emagreci tanto. Ela olhava-me com vontade de largar um coitadinho e isso obrigou-me a ir direito...

Crónicas da Sábado: o meeting matinal

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De manhã, caminho pelo bairro onde moro. Para comprar jornais, tomar café, passar no multibanco ou ir ao supermercado que por acaso é mini. E para obrigar o músculo cardíaco a trabalhar antes que ele se desabitue, uma preocupação que os médicos me obrigam a ter e é se quero. Nessas deambulações, dedico-me ainda a uma atividade recorrente nas minhas rotinas diárias: observar comportamentos, tentar...

Crónicas da Sábado: a falta de coragem mata

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Deixemos por agora as pequenas taras que até nos funerais se manifestam e concentremo-nos nesse gigantesco funeral colectivo que 2012 promete ser. Não, não venho atirar mais achas para a fogueira, estou farto de ver e ouvir vaidosos compulsivos, alucinados sem conserto, profetas da desgraça ou pessoas equilibradas – e o discurso destas últimas é o único que verdadeiramente me preocupa – debitar o...

Crónicas da Sábado: atirar beatas para o chão por conta do patrão

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Habituei-me há muito a não fazer previsões. E hoje, então, tentar adivinhar o que aí vem, tal como ganhar o Euromilhões, é altamente improvável. Mas talvez 2012 consiga pôr fim à minha perplexidade perante a ausência, no ano que finda, de uma medida que, pelos vistos, não preocupa a troika, nem sequer as cabecinhas pensadoras do nosso patronato mais mediano, e logo numa época em que retirar...

Crónicas da Sábado: medíocres e ordinários

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Devo ter uma alergia, incompreensível à luz da vida resolvida que levo hoje, às pseudo-vedetas da TV. Nunca aceitei, e creio que nunca aceitarei, enfim, o problema será só meu, a ébria admiração de que beneficia – e escrevo beneficia sem que, em boa verdade, veja nisso benefício algum – qualquer anormal que apareça na televisão. Gosto, isso sim, de ver reconhecidos os méritos dos profissionais...

Crónicas da Sábado: um doloroso adeus

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Não perdoo a Maria Filomena Mónica a polida recusa ao convite que lhe fiz, ainda não há muitos anos, para escrever no Record. A desfeita não foi obviamente pessoal, mas o jornal perdeu, e isso é que me custou, um olhar diferente sobre o desporto, as suas grandezas, as suas misérias. A imprensa especializada que se dedica muito ao futebol, pouco às outras modalidades e quase nada às pessoas que...

Alexandre Pais

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