Em Agosto de 1988, a capa de uma revista chocou as sensibilidades castrenses da Nação: um modelo feminino sem roupa surgia, desfardado e com material de guerra verdadeiro, à porta de unidades militares de Sintra, Beirolas e Lisboa. Expresso, Tal&Qual e O Diabo, entre outros, deram conta da indignação de altas esferas da tropa e a Élan, a publicação em causa, recebeu telefonemas anónimos...
PSD Madeira regenerou-se a tempo
Ao longo de 37 anos e muitas maiorias absolutas, o jardinismo foi apontado pelas oposições madeirenses como a encarnação do mal. Mas os opositores nunca souberam encontrar um caminho alternativo e nas recentes eleições regionais escasseou em estratégia e reunião de forças o que sobrou em partidos, associações, grupos e insignificâncias vaidosas e atrevidas. Em Fevereiro de 2001, estava Alberto...
O mais duro relato de Fernando Correia
“No mundo actual, investe-se cinco vezes mais em remédios para a virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer” – Drauzio Varella, médico oncologista brasileiro Na cama 29, quarto 313, piso 3 da Casa de Saúde Idanha, das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, sobe ao calvário a Vera, vítima da tenebrosa doença degenerativa do cérebro identificada pelo...
O eterno problema das urgências hospitalares
Em Agosto de 2001, seis repórteres do semanário Tal&Qual – Maria João Vieira, Antonieta Preto, Paula Silva, Catarina Vaz Guerreiro, Sónia Bento e Ângela Santana – deram entrada, à mesma hora, nos serviços de urgência de seis hospitais portugueses – em Lisboa (São José e São Francisco Xavier), Porto, Faro, Amadora-Sintra e Almada. Em época de férias, procuravam o inferno de sempre: a demora, a...
Paulo Sousa levou 4 e por acaso gostei
“O ego não é dono da sua própria casa” – Sigmund Freud, neurologista, 1856-1939 Quando se abriu a hipótese de vir a dirigir o Record, no final de 2002, a minha preocupação foi ter na equipa um director-adjunto que assumisse as relações com os agentes desportivos, para as quais sinto vocação zero. Tive a sorte de aliciar para o projecto o melhor jornalista nesse trabalho, e não só, o meu amigo...
Antes de um Adeus quase em inglês
“O tempo chega sempre, mas há casos em que não chega a tempo” – Camilo Castelo Branco A 7 de Março de 1974, Paulo Carvalho vencia, com Adeus – o E Depois só viria a seguir – de José Niza e José Calvário, o Festival RTP da Canção, contrariando a votação paralela de um famoso programa de rádio, o PBX, que dava o triunfo a No Dia em que o Rei Fez Anos, de José Cid. No mês seguinte, já em...
Alfredo Barroso, o irredutível
Nunca trabalhei com Alfredo Barroso e lamento, por isso, não ter acompanhado mais de perto o seu trajecto e a sua forte personalidade. Mas conheci-o em 1982 e recordo-me desse tempo com agrado. Quando se lançou o semanário Off-Side, em Outubro desse ano, a redacção ficou instalada no Dafundo, perto de Lisboa, nas instalações da cooperativa CEIG, fundada por figuras históricas do Partido...
No tempo em que a RTP era puritana
“A grosseria só começa quando começa a delicadeza; e o impudor desde que o pudor exista” – Fernando Pessoa Há 28 anos, surgia nas bancas portuguesas a revista Élan, que veio agitar o conservadorismo editorial dos anos 80. Os seus defensores estavam longe de entender que a nova publicação, adiantada no tempo, constituía apenas um sinal do que estava para chegar: uma mudança de mentalidades que...
Falsos GNR: um velho truque sempre atual
“Assim é, se lhe parece” – Luigi Pirandello, dramaturgo italiano, 1867-1936 Um pirilampo sobre um BMW ou um Nissan, de cor branca, é meio caminho andado para o golpe. Depois, fardas mal amanhadas e umas armas – se forem de plástico também servem – percorrem o outro meio: os condutores param e são assaltados pelos falsos GNR. Trata-se de um estratagema com anos. A semana passada, o Correio da...
Reviver o pesadelo em Auschwitz
“Se Hitler invadisse o inferno, eu faria pelo menos um comentário a favor do diabo na Câmara dos Comuns” – Winston Churchill, estadista, desaparecido há 50 anos, a 24 de Janeiro de 1965 A 30 de Setembro de 1975, o Presidente Costa Gomes deixou Lisboa para uma visita de Estado à Polónia e à União Soviética. Se a memória não me atraiçoa, foi num hotel de Varsóvia que os jornalistas souberam da...