Ao longo de 37 anos e muitas maiorias absolutas, o jardinismo foi apontado pelas oposições madeirenses como a encarnação do mal. Mas os opositores nunca souberam encontrar um caminho alternativo e nas recentes eleições regionais escasseou em estratégia e reunião de forças o que sobrou em partidos, associações, grupos e insignificâncias vaidosas e atrevidas.
Tive, então, reuniões de trabalho (e uns almocinhos…) com os accionistas, um dos quais filho de uma das mais proeminentes figuras do PSD Madeira, tendo a conversa resvalado inevitavelmente para a política. E notei, com surpresa, nos mais jovens dirigentes sociais-democratas, uma posição muito crítica em relação ao líder. Debatiam já, há 14 anos!, a forma como se deveria conduzir a sucessão, com a clara preocupação de não deixar apodrecer o seu próprio poder.
Miguel Albuquerque era, havia sete anos, presidente da Câmara do Funchal, e desfrutava de grande popularidade, pelo que foi curioso ver como nos últimos anos a ala mais forte dos bebés do jardinismo se reuniu à sua volta para chegar a uma vitória que mudará imagem e discurso para que nada de substancial se altere. Isso foi possível também porque as oposições adormeceram à sombra das bananeiras, confiando que, com Jardim afastado, tudo lhes cairia nas mãos. Deu no que deu.
Quanto ao Notícias da Madeira, direi que a mudança de linha editorial não resultou porque os seus jornalistas não tinham o perfil necessário e o director era de outro planeta. E também porque faltava assunto e havia, e há, na região, o Diário de Notícias da Madeira, um jornal perseguido pelo poder mas bem feito e bem gerido – e o mais organizado que conheci na minha já longa carreira.
PSD Madeira regenerou-se a tempo
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