Alexandre Pais

re: 6 perguntas e 6 respostas sobre o Acordo Ortográfico

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Novo acordo, abertura da vogal anterior:

[Pergunta] Gostaria que o sr. D´Silvas Filho, que é sempre tão pronto a defender o chamado “acordo ortográfico”, esclarecesse como se vão pronunciar (e se vai ensinar às “criancinhas coitadinhas” a pronunciar) palavras como “exceção”, “aceção”, “conceção”, “excecional”, “concecional”, “recetivo”, “receção” (ou será “recepção”? Mas nesse caso não deveria ser “receptivo”?).

Enfim, penso que já deu para perceber. É que eu não diviso qualquer regra que permita abrir as vogais destas palavras (e das muitas outras cuja grafia pretendem alterar).

Fernando Rodrigues :: Comerciante :: Vial Nova de Gaia, Portugal.

[Resposta] Nos casos em que o significante não tem mais do que uma prosódia, não há problema (ex.: *excessão não existe, logo exceção só pode pronunciar-se ¦excèção¦). Nalguns casos, a consoante gráfica usada depois da vogal pode ser útil para dar uma ideia da abertura ou fecho desta (ex.: graficamente conceção ¦è¦} será diferente de concessão ¦e¦).

Repare que muitas vezes o contexto deverá ajudar na pronúncia, como actualmente já acontece em alternativas do tipo pegada ¦é/e¦, cor ¦ó/ô¦, colher ¦é/ê¦, etc., etc.; e note que não foi a perda do acento que fez emudecer o o em avozinha ou somente (argumento dos “contra” também apresentado na altura).

Nos termos em que fez a sua pergunta, parece que o sr. Rodrigues continua inconformado com o novo acordo. Para mim, a luta acabou. Aprovado o II Protocolo, não entrarei mais em debates para minimizar objecções ao novo acordo, que, embora ponderáveis, não são determinantes em relação à necessidade de Portugal acompanhar os outros países na nova grafia da língua portuguesa.

Respondo-lhe porque a questão que nos pôs se enquadra nos problemas de aperfeiçoamento da aplicação da nova ortografia; e isso, sim, deve continuar a preocupar-nos a todos nestes seis anos de adaptação.

Termos do novo acordo para Portugal: atualmente, objeções, exceção, conceção.

Ao seu dispor,

D´Silvas Filho :: 26/05/2008

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Prezado Alexandre Pais:

Sem pai aos 9 anos; obrigado a trabalhar a partir dos 12, apenas “tirei” em 1964, o 9º ano ( antigo 5º) à noite, enquanto trabalhava. Todavia, não dispenso o “Ciberdúvidas”, incontestavelmente o melhor sítio da Língua Portuguesa, como incontestável é o “saber” de ´D. Silvas Filho.

Com o meu pedido de desculpas, um abraço,

Diamantino Cunha

Por Alexandre Pais
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