Nascido em Mortágua, em 1937, e criado em Figueira de Castelo Rodrigo, Carlos Gil recebeu vários prémios como jornalista, mas nunca – ao contrário do seu homólogo que é costureiro, veste a primeira-dama e foi condecorado por Cavaco com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique, no último 10 de Junho – se viu distinguido pelo poder. E conhecendo-o como o conheci, atrevo-me a acrescentar: nem ele queria.
Apaixonado pelo teatro – foi actor, encenador e produtor –, só em 1968 desistiu do curso de Direito para se dedicar ao jornalismo, tendo começado pelo diário A Capital, e logo a seguir, entre 1970 e 1977, pela revista Flama. Trabalhou como free-lancer, percorreu o Mundo e publicou diversos livros.
Fotojornalista notável e professor, o Carlos era igualmente um bon vivant, conversador emérito e sedutor, um homem culto, leal e directo, um grande companheiro que nos deixou, desde que partiu, em 2001 – como Neves de Sousa aos 64 anos, perigosa idade – uma fraterna recordação de calor e ternura.
Parece que foi ontem, Sábado, 30JUL15
O Carlos Gil que Cavaco não condecorou
O