Alexandre Pais

A sanidade mental da coisa futebolística está preta

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Este ano, o futebol parará só uns dias em julho, mês em que não faltarão novidades com o regresso dos treinos. Mas depois da final da Champions – com o devido respeito à Seleção, que terá ainda pelo menos quatro jogos para disputar – tentarei mesmo entrar em férias de bola, até porque a sanidade mental da coisa futebolística está preta.
Veja-se o estranho caso do Moreirense. Salvo da descida por Petit, após várias soluções técnicas falhadas, quem escolheu para seu treinador na próxima temporada? Pois Manuel Machado, distinguido pelo contributo dado – treinando ambos – à desgraça dos despromovidos desta época!
Prefiro, assim, começar já hoje a olhar para outro lado, destacando a fantástica Volta à Itália. Tom Demoulin, cuja melhor classificação numa grande prova tinha sido um sexto lugar na Vuelta de 2015, ganhou o Giro com um desempenho brilhante, deixando a 31 segundos Nairo Quintana e a 40 o italiano Vincenzo Nibali, dois ciclistas notáveis. O colombiano ganhou a volta transalpina em 2014, a espanhola em 2016 e soma no Tour dois segundos lugares e um terceiro. Quanto a Nibali, já venceu as três competições, a italiana por duas vezes. Mas a verdade é que neste Giro, quando o asfalto empinou, os rivais não se impuseram como trepadores ao contrarrelogista holandês e ele aguentou-se e derrotou-os.
A propósito: como se aguentarão agora, em Roland Garros, os Nibalis do ténis, ameaçados pelo ataque dos Demoulins? Sim porque há mais vida para além do futebol.
Canto direto, Record, 29MAI17

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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