Depois da estreia de ‘Casados à primeira vista’, mandaria a prudência suspender a transmissão de edições estrangeiras do programa, na SIC Mulher. É que a comparação com a versão italiana em exibição é dolorosa para a nova temporada portuguesa.
Não é de agora a modéstia deste tipo de produções nacionais. O país é pequeno e os concorrentes dispostos a dar barraca na televisão devem contar-se pelos dedos. Já no primeiro episódio da terceira série do ‘Casados’ italiano, começa-se precisamente por mostrar a abundância de candidatos – 1.257 inscritos, 123 selecionados, 28 finalistas e seis escolhidos. Por cá, omitiu-se o trabalho de seleção – demasiado curto – e ‘trocou-se’ o défice de matéria humana por um grupo exagerado de ‘especialistas’ ensossos, de que falaremos noutro dia.
Claro que a escassez de interessados condiciona bastante o ‘tempero’ da ação, e permite que o ´BB’, da TVI, não precise de ser grande coisa para ganhar nas audiências de domingo e ser segundo à semana, atrás de ‘O preço certo’. Mas não falta só ‘sal e pimenta’ a este ‘Casados’, pois a repetição exaustiva de diálogos pobrezinhos e situações caricatas – ai aquele ancião ‘espanholês’! – faz perder a paciência a um santo.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 9abr22
