Alexandre Pais

A reportagem do “Sol” sobre o “24horas”, as perguntas e as respostas

A

Respondi a quatro perguntas que me fizeram do semanário “Sol”, para uma reportagem sobre o “24horas”, que se pode ver mais abaixo. Eis as perguntas e… as minhas respostas.

Quantos anos esteve à frente do 24 Horas?

Um ano, 2 meses e 22 dias… Entre Novembro de 2001 e Fevereiro de 2003. Foi pouco tempo porque para mim o 24 Horas foi apenas um desafio, a possibilidade de constituir uma equipa e de cumprir um objetivo. Cumprido esse objetivo, já não estava lá a fazer nada, até porque sabia que aquela equipa era um momento.

Quando foi diretor, o jornal registou a maior subida de sempre nas vendas. Que estratégia permitiu alcançar este resultado?

A estratégia assentou em diversos pontos. Recordo alguns:

1. Redefinição do público-alvo

2. Aposta num jornal efetivamente popular

3. Recomposição da chefia e dos editores tendo em conta o mercado a que nos íamos dirigir

4. Criação de um núcleo duro (que integrava até o diretor de marketing!) para elaboração das primeiras páginas

5. Restyling do grafismo (o jornal não comunicava, não chegava ao leitor)

6. Exigência do cumprimento de regras e eliminação dos gangs internos

7. Controlo orçamental rigoroso

8. Briefing diário com a administração

9. Abolição de folgas e horários para direção e chefia de redação, ou seja… trabalhar até cair!

Nos últimos anos, o 24 Horas perdeu o tom agressivo que o caracterizou durante a sua direção? Porquê?

Não sei, desliguei-me completamente do jornal quando saí. Mas iam-me chamando a atenção para algumas “mudanças” que nada mais eram que a destruição de um conceito que o mercado aprovara, construído secção a secção, com a paciência da formiga, e que não havia capacidade profissional para desenvolver, substituindo-o pelo risco dos caprichos avulsos, afastados da realidade e do bom senso, e pelo deserto em termos de estratégia editorial e comercial. O 24 Horas não morreu de morte natural, suicidou-se, simplesmente.

Como poderá ser preenchido  o espaço deixado em aberto na imprensa nacional com o fim do 24Horas?

Não estamos em tempo de aventureirismos edtoriais e, além de não haver hoje quem saiba fazer um jornal desses, duvido que alguém o quisesse financiar. E ainda bem, o mercado está completo e o País não precisa de um tablóide improvisado, já tem desgraças que lhe cheguem.

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Por Alexandre Pais
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