Em 1976, Mário Soares, então primeiro-ministro do I Governo Constitucional, partia de Lisboa para uma viagem no Fernão de Magalhães – apropriado nome o dessa caravela da TAP – cujo destino era o Brasil, com Rio, São Paulo, Brasília e Baía no itinerário, e uma escala no Sal, em Cabo Verde, no regresso. Um regresso atribulado porque o nevoeiro só permitiu a aterragem em Faro, quando, no final de uma extenuante semana de faz e desfaz malas, queríamos era aterrar em casa.
Depois do avião presidencial aterrar em Faro, a TAP não conseguiu dar resposta. O caos instalou-se no hall do hotel Dona Filipa, em Vale do Lobo, com malas desaparecidas e o general Firmino Miguel, ministro da Defesa, obrigado até a ir procurar a sua nos porões do Fernão de Magalhães. Foi aí que Francisco Sousa Tavares, director de “A Capital”, gritou para Soares: “Ò Mário, demita-me o Gomes Mota! Demita-me o Gomes Mota!” Mas o então presidente da TAP, amigo do Presidente, resistiria…
A caravela que levou ao Brasil o Portugal democrático
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