Fizeram bem os políticos que recusaram a demagogia de prometer aos taxistas tudo fazer para que os rios deixem de correr para a foz: travar o fenómeno UBER é tão fácil como impedir a marcha do tempo.
Os taxistas terão de encontrar uma forma de coexistir com a concorrência, afinal uma mera aplicação que resulta porque muitos deles são incompetentes: exibem uma educação a roçar a boçalidade, impingem-nos opiniões que não pedimos, fazem gala do desconhecimento de simples rudimentos de línguas estrangeiras, abusam da mania de fazerem de disc-jockeys e têm uma péssima apresentação. Como se não bastasse, guiam viaturas decrépitas, pouco limpas, sem ar condicionado, sem possibilidade de pagamento com cartões e tantas vezes sem trocos.
A culpa não é só deles, mas também de quem não lhes dá a formação adequada, emite alvarás a mais, impõe os preços em valores miseráveis – que não permitem substituir ou valorizar as viaturas – e agora ainda os engana com fantasias.
O caminho para os taxistas é corrigir o mal que está feito, não ficar à espera da protecção do Estado, acompanhar o conceito da UBER e criar um serviço melhor. Com bloqueios e arruaças, afundam-se cada vez mais – e o inimigo avança.
Observador, Sábado, 5MAI16
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