Alexandre Pais

Pesadelo e vergonha na Torre de Belém

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As receitas do turismo, a mais relevante exportação, portuguesa, constituem ajuda decisiva no combate à crise. E Lisboa abarrota de visitantes neste Agosto. Deus deu-nos as nozes do território, da luz, do mar e do clima, a que nós acrescentámos a simpatia e a hospitalidade. Só os poderes públicos têm ficado aquém do que deveria ser-lhes exigido e a capital do turismo, que pretendemos ser, deixa a desejar em múltiplos aspectos.
Esta semana, uma reportagem do Público denunciava a inacreditável tortura a que sujeitamos os 2 500 visitantes diários da Torre de Belém, com filas de espera à torreira do sol, horas para chegar ao topo do monumento, multibanco fora de serviço,, inexistência de visitas guiadas, funcionária da bilheteira sem saber falar inglês e por aí fora.
Mas basta passar junto à Torre para nos envergonharmos com o estado desleixado do que foi outrora um jardim e não passa hoje de um terreno triste e poeirento, um sinal gritante de falta de noção do que é qualidade de vida e um postal ilustrado que muito prejudica uma actividade que puxa Portugal para fora do buraco.

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Abundância de água em Telheiras, falta dela em Belém, mesmo junto ao Tejo…
E não me venham com a estúpida lamúria do não há dinheiro porque tenho, à minha porta, uma pequena elevação ervada que serve os cãezinhos do bairro e que é – às sete da manhã de todos os dias! – chocantemente regada. Já em Belém, junto ao rio, a seca é extrema…
Parece que foi ontem, Sábado, 27AGO15
 

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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