Alexandre Pais

O que sobra da derrota do Sporting é trabalho pra Karamba

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Não tenho a coragem de António Ribeiro Cristóvão e, portanto, com a Gazprom não quero confusões. Desejo até à senhora uma vida longa e repleta de prosperidades, pelo que chuto para canto esta coincidência dos árbitros de Leste, que levam a vida a tramar o Sporting: russo o da época passada com o Schalke 04, turco o de Alvalade há uma semana, checo o de ontem, talvez quirguiz, uzbeque ou cazaque o do próximo jogo da Liga Europa. No mínimo, é de ir à bruxa.
Prefiro sublinhar a outra tragédia que se abaterá sobre os leões – após a perda dos 14 milhões da Champions, os tais com que tanto contava Bruno de Carvalho para pagar o supercontrato de Jorge Jesus – e que será o regresso da “maldição dos centrais”. Depois de cometer a falta que antecedeu o primeiro golo do CSKA – mais por culpa do mau posicionamento de João Pereira, é certo – e de sentir, na sua melhor versão caracol, passar-lhe o Musa pelas costas, em duas diagonais mortíferas que resultaram no segundo e no terceiro, Paulo Oliveira vai demorar a convalescer.
Mas não será o único. Ainda ontem, mal terminara o prélio moscovita, já Jorge Jesus ouvia das boas dos comentadores televisivos – com o grande José Peseiro particularmente ativo. Hoje, os comentários negativos não faltarão nas colunas dos jornais e os remoques prosseguirão pelo menos até à partida de domingo, em Coimbra, onde se admite que o Sporting aproveite o péssimo momento da Académica para começar a esquecer o trauma russo. Será a benesse de que Jesus precisa, enquanto deixa para o querido presidente a lavagem dos pratos, ou seja, a maneira de desagravar uma folha salarial própria das altas cavalarias que ficaram pelo caminho. E com a maior valia do plantel ainda a largar as muletas, esse é um problema para caramba, se calhar mesmo para o professor Karamba, de que tanto me lembrei, nem sei porquê, quando via Doumbia e Musa fazerem gato-sapato – ou leão-sapato? – da até aqui tão gabada defesa leonina.
É assim uma espécie de contracrónica, Record, 27AGO15

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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