Apesar de somar 127 internacionalizações (!), algumas foram as ocasiões em que Pepe se lesionou uns dias antes dos jogos ou das convocatórias, o que levou as boas almas da paróquia a levantar suspeitas sobre a sua ausência da Seleção. Mas desta vez reina o silêncio dos cemitérios sobre a ‘baixa’ do capitão portista, a mês e meio do Mundial, já que se trata de uma lesão de certa gravidade e o grande prejudicado é o clube que lhe paga. Querem ver que não joga no FC Porto para não ir ao Qatar? Estúpida especulação!
Para mim, nada tem ido além de infelizes coincidências porque a carreira de Pepe, e o forte empenhamento que sempre coloca no contributo que dá à equipa nacional, tem sido de tal ordem que duvidar dele é um atentado à inteligência. Enquanto quem nasceu português se dá ao luxo de virar as costas à seleção do seu país, Pepe, natural de Maceió, no Brasil, assumiu – desde há 15 anos! – a sua chamada à turma das quinas com satisfação e orgulho. E estou convencido que tudo fará para voltar ao ativo antes das seis semanas, constituindo a sua partida para o Qatar uma efetiva bofetada de luva branca nos seus detratores. E se ele nos faz falta!
Sim, o panorama não é brilhante e sem Pepe muito pior seria. Rúben Dias já falhou por lesão o ‘playoff’ de apuramento para o Mundial, David Carmo ainda não convenceu Sérgio Conceição quanto mais, Domingos Duarte está ‘escondido’ no Getafe, Rúben Semedo ‘desapareceu’ e para António Silva pode ser cedo pelos critérios habituais do Engenheiro, que nem Gonçalo Inácio tem convocado… Restaria Danilo, esse pau para toda a obra. Sim, eu sei que a defesa não é a nossa maior preocupação. Lá na frente, temos Cristiano em défice de rendimento, João Félix em má forma, André Silva sem evoluir e Gonçalo Guedes imerso na mediocridade em que o aventureirismo transformou o Wolverhampton. Mas falaremos disso noutro dia.
‘Palmas’ para Massimiliano Allegri, que pôs enfim a Juventus a jogar maravilhosamente. Livre do ‘problema’ Cristiano, já na temporada passada terminara na quarta posição da Serie A, a 16 pontos (!) do campeão. Agora, à nona jornada, a Juve ocupa o oitavo lugar, a 10 pontos do líder, ou seja, acabaram as ‘postas de pescada’. E quanto ao ‘problema’, e pelo que se viu ontem, diremos como os espanhóis: Cristiano ainda tem corda para rato.
Aplauso, este verdadeiro, para a inteligente opção de Rúben Amorim, ao colocar Adán como titular na partida contra o Santa Clara. Sem o espanhol, dificilmente o Sporting sairia vencedor dos Açores – e poderia ser o adeus ao campeonato. Franco Israel vai ‘rodar’ contra os franceses e tem também a oportunidade de se ‘redimir’. E é de aproveitar porque, desta feita sem oferendas, o Marselha perdeu em casa com o Ajaccio, que era o último classificado da Ligue 1.
Parágrafo final para Samaris, que recebeu dos adeptos do Benfica o mesmo tratamento grato e entusiástico que os apaniguados do Chelsea deram a Diego Costa quando o avançado do Wolves foi substituído no seu regresso a Stamford Bridge. Bonitos gestos, dedicados a profissionais que um dia nos deram talento, coração e lágrimas. Chapeau!
Outra vez segunda-feira, Record, 10out22
