Alexandre Pais

ArquivoJunho 2016

Um jogador enorme e um pequeno homem

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Escrevo esta crónica na manhã de sábado, antes do jogo que nos opôs à Croácia e sem saber, portanto, se na quinta-feira estaremos nos “quartos”. Faço-o porque indo referir-me a Cristiano Ronaldo não quero ver ampliado o tom crítico deste texto caso CR tenha voltado a ser o pior jogador do Mundo para certa gente, nem sentir-me tentado a poupá-lo por ele ter sido, para quase todos os portugueses, o...

Renato Sanchez e o fantasma de Fernando Santos

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A fé de Fernando Santos é mesmo para levar a sério. Portugal voltou a jogar para empatar e acabou dominado pela superior qualidade da Croácia – com Vida a errar de cabeça por centímetros e com Kalinic (ou Perisic?) a atirar ao poste… Mas eis se não quando um quarteto de génios da bola resolve a passagem aos “quartos”, fugindo a uma maléfica recordação que nada prometia de venturoso: a da...

A televisão do absurdo

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Em 2015, vi no cabo, na Fox, quase toda a temporada inicial de “CSI: Cyber”, um fiasco que chegou aos 31 episódios, nos Estados Unidos, mas que a CBS cancelou. Estranhamente, a SIC transmitiu na passada segunda-feira – 14 meses depois da Fox – o primeiro episódio, e colocou no ecrã a palavra “estreia”. Se para o ano a série for repetida na SIC Mulher, o episódio n.º 1 voltará a ser uma estreia...

Uma manhã que chegou cedo de mais

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Ao ver agora Jaime Antunes como comentador da CMTV, recordei aquele maio de 1997 – estava eu no Tal&Qual – em que a jornalista Cristina Arvelos me recomendou à administração do Manhã Popular, desesperada pelo falhanço do projecto daquele diário, que tinha sido lançado havia seis ou sete semanas. O convite inicial, de Jaime Antunes, foi para chefe de redacção, mas o administrador António...

Deixar roubar, deixar recapitalizar

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O homem perdeu a cabeça ao ver Marcelo Rebelo de Sousa à frente e, percebendo que tinha ali o tempo de antena de uma vida, gritou: “Não os deixe roubar, senhor Presidente!” Tentaram acalmá-lo mas ele queria sublinhar a revolta aos berros e repetia: “Não os deixe roubar, não os deixe roubar!” Este episódio de há uma semana, quando o PR esteve em Espinho, diz quase tudo sobre o estado a que...

Sou o que vem das Salésias ou o Guardiola caseiro que não gosta de velhos

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Tremo antes de começar a perorar, estou como a Seleção, com a confiança abalada. Um remate de fora da área, que passa pelo buraco da agulha e entra na baliza, e depois mais dois golos quase iguais – de um jogador que só tem um pé – e ambos na sequência de ressaltos, são azares em excesso. Já eu não me queixo de falta de sorte, mas apenas de um remoque do “Guardiola” dos comentadores intestinos...

Quarta-feira é dia de eclipse

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Não é coincidência, é uma maneira de ser: quando vemos um jogador da Seleção a disponibilizar-se para estar com os adeptos, dar autógrafos, fazer selfies e distribuir sorrisos, há para aí 90 por cento de probabilidades de que esse voluntário seja Pepe. Ontem, num dia que não terá sido propriamente feliz, lá estava ele, o brasileiro, disponível e solidário com a nossa gente, que tornou sua. Já foi...

A Seleção dos tarzões sem sorte

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Agora que o insuspeito e mui conceituado diário “i” o considerou como o “Guardiola dos comentadores”, acompanho a teoria de Carlos Daniel – que ontem, na RTP, classificou de “anárquica” a tática da Seleção no jogo com os austríacos. Isso permite que este modesto Karadas da escrevinhadura futeboleira, que sou, se contenha ao ponto de não ter de jurar que não deu por tática alguma. Ou, como sei que...

Fernando Medina está perdoado

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Escrevo esta crónica depois de ter demorado 60 minutos num percurso em que ainda há pouco tempo perdia 10. Tudo por causa dos estaleiros que Fernando Medina vai espalhando por Lisboa. Calculará o leitor que eu esteja a ferver com o edil da capital. E estaria – como estive até à última noite de Santo António – se não tivesse assistido à maratona televisiva da RTP com as marchas populares a descer...

Nuno Rocha e os blue jeans das mulheres do “Tempo”

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Fundado em 29 de Maio de 1975, mesmo às portas do Verão quente, o semanário Tempo, se não tivesse encerrado em 1990, teria agora 41 anos. Lançado para dar combate à esquerda dominante, era dirigido pelo jornalista e administrador Nuno Rocha, também conhecido por Nunocha e com quem me cruzei no Diário de Lisboa, entre 1972 e 1974. O Nuno era um homem controverso e autoritário, um conservador bem...

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