A 1 de dezembro de 2011, após aterrar no aeroporto de Barcelona, liguei o telemóvel ainda dentro do avião e sofri um dos grandes desgostos – e já são alguns, isto não é fácil – da minha vida: uma mensagem dava-me conta da morte súbita do jornalista Fernando Dias. Conhecia-o há mais de 40 anos, desde os tempos em que eu jogava voleibol no Nacional de Ginástica e ele no Lisboa Ginásio. Arbitrou mais tarde alguns jogos em que participei e reencontrámo-nos no Record, de que era – e é – uma referência, em 2003.
Ao longo dos nove anos em que trabalhámos juntos, foi sempre um profissional empenhado, um homem generoso e um amigo leal. Depois de reformado, tomava conta da memória do jornal, espalhada por toneladas de livros, encadernações, coleções e papéis avulsos, que reunia, guardava e cuidava com um carinho paternal. Tinha ainda a seu cargo o acompanhamento das visitas de estudo à redação e falava do Record com o mesmo brilho nos olhos com que se referia à família, que adorava.
Cinco anos decorridos sobre esse triste 1.º de dezembro, cito uma frase do filho, Rui Dias, redator-principal do Record: “Velhote, fazes-nos muita falta”.
Parece que foi ontem, Sábado, 30NOV16
Uma notícia muito triste ao aterrar
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