Alexandre Pais

Podíamos estar melhor? Sim, bastava continuar a roubar

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A última sondagem da Universidade Católica penaliza fortemente o PSD e a sua liderança ao colocar o PS próximo da maioria absoluta. Mas os 97 por cento de popularidade atribuídos nesse estudo ao Presidente da República dão às palavras de elogio de Marcelo ao Governo um peso só suportável por Passos Coelho porque ele dispõe de uma determinação de ferro.
Pena é que nessa determinação não exista mais argúcia e outra estratégia, e Passos insista em meter-se num beco, ao proclamar, dia sim dia não, que o futuro dos portugueses será o do regresso ao passado e às suas implacáveis políticas de austeridade.
Em vez de apresentar uma ideia de futuro para Portugal, Passos Coelho continua a viver do que realizou. E ao repetir que tudo está errado na ação de António Costa, minimaliza até críticas importantes como a que fez à integração dos precários nos quadros do Estado, uma medida demagógica e perigosa.
O pior é que se vai tornando penoso ouvi-lo, como quando diz que, não estando as coisas a correr tão mal como previa, “podíamos estar melhor”. De facto, podíamos: bastava, para isso, continuar a sua política de roubar nos salários e nas reformas.
Ter ainda 30% nas intenções de voto, dadas as circunstâncias, pode deixar Passos Coelho satisfeito, mas é um péssimo sinal para o País.
Observador, Sábado, 30NOV16

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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