
Hoje, só se pode ser diretor de um jornal em duas situações. Uma é pertencer ao circo das relações privilegiadas, saber-se vender, encontrar amadores nas administrações e, mesmo assim, ir saltando de uma publicação para outra antes que alguém acorde para os resultados – e nos projetos falidos o sono é comum. A outra é ser competente, ter capacidade de liderança, saber repartir o foco entre o interesse do leitor e a gestão, cumprir objetivos e criar valor para os acionistas.
Dirigi o Record durante 10 anos e meio, e estou a contar os maratonistas que, neste século, me irão ultrapassar à frente de títulos rentáveis e com futuro. Um deles está encontrado, é o Octávio Ribeiro, que neste 23 de fevereiro de 2017 atinge uma década na liderança do Correio da Manhã. É talvez o mais atacado e caluniado dos jornalistas, simplesmente porque tem êxito na direção do mais lido e adquirido jornal português e porque, com os resultados que obtém, dispõe do poder de isenção e independência que falta a outros. E ainda a coragem, essa raridade, para publicar o que aqueles que dependem de benesses têm de calar. Chapeau, camarada.
Parece que foi ontem, Sábado, 23FEV17