Tivessem os participantes da “manif” dos polícias entrado mesmo na Assembleia da República que a estas horas não seria só o diretor nacional da PSP a demitir-se mas o próprio Governo, que depois de ter escapado à humilhação vem agora armar-se em virgem ofendida. Não por acaso, existe quem compare o incomparável: a atuação das forças de choque nesta quinta-feira com outra, de há poucos meses, em que baderneiros aproveitaram o final do protesto da CGTP para apedrejar os agentes, levando a cenas de violência inevitáveis.
A transmissão televisiva foi clara: dada a composição e dimensão desta manifestação chegou a parecer iminente a desordem total e a possível queda do Executivo. E sendo assim, respirou-se de alívio quando tudo terminou no cimo da escadaria. Deve-se, por isso, uma saudação ao bom senso dos organizadores, ao autocontrolo dos manifestantes e à gestão adequada, no fio da navalha, de quem conseguiu manter a ordem pública e a inviolabilidade da casa da democracia. O superintendente Paulo Valente Gomes merecia um louvor, não a demissão.
Antena paranoica, CM, 23NOV13
Superintendente da PSP merecia um louvor e não a demissão
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