Alexandre Pais

Só podemos fazer uma coisa: rezar

S

No balneário da Juventus houve mosquitos por cordas após a eliminação da Champions, com vários jogadores a questionarem Allegri. Ainda bem que, como salientou o ‘capitão’ Chiellini, a saída de Cristiano Ronaldo “uniu mais a equipa”. Pelo menos contra a mediocridade do treinador estão todos bastante unidos.

E que efetiva ajuda na motivação das tropas dará, a partir de hoje, a presença de Cristiano na Cidade do Futebol? É que a três dias do embate da Seleção com a Turquia do que mais se precisa é de união. Afinal, o pouco tempo que falta será preenchido com a recuperação física e a conversa, muita conversa. Há que limpar as cabeças, deixar que os problemas que ficaram nos clubes lá continuem até dia 29 e preparar o alerta total, a concentração máxima, o empenho absoluto. Rúben Dias e Renato Sanches são baixas importantes e talvez haja outras, esperemos que não a de Rúben Neves, em excelente condição, a exemplo de Cancelo, Bernardo, William, Nuno Mendes, João Félix, Jota, Guedes ou… Rafa, este de novo a ficar de fora, marca da casa. Que CR7 esteja nos seus grandes momentos – como aconteceu contra o Tottenham – e que Fernando Santos e os santinhos que tanto preza consigam iniciar da melhor forma o ‘play-off’ de qualificação para o Mundial. Não é um desejo, é uma prece. Quem acreditar, que se junte a nós na oração, pois podemos estar perto do final de uma era que não queremos ver acabar – e muito menos sem glória.

Magnífico o golo de Tiago Tomás que deu a vitória ao Estugarda sobre o Augsburgo. Acertada foi a decisão de o pôr a jogar num campeonato exigente como o alemão. Ou Varandas tem um belo encaixe financeiro à vista ou será Rúben Amorim a contar com um reforço de peso na próxima época. Se estou a ver bem a minha localização de então na bancada do Mercedes Stadium, foi naquela mesma baliza que Veloso falhou o penálti que fez o Benfica perder a Taça dos Campeões Europeus em 1988.

Em quase duas décadas a escrever no ‘Record’ já vi entrar e sair do universo da Cofina centenas de colaboradores. De alguns sinto saudades e de outros não, e lamento que Paulo Futre, de quem serei eterno admirador, faça agora parte dos ‘outros não’. Ao contrário, tive a alegria do regresso à CMTV de José Manuel Freitas, uma das poucas vozes isentas e corajosas que resiste no comentário de futebol – se calhar, arrisco eu, já a sentir-se desconfortável por ter de se cruzar com uma cobra venenosa nos corredores da CNN Portugal… Bem-vindo a casa, amigo!

“Pensem duas vezes antes de levarem os vossos filhos ao estádio”, dizia, no sábado, João Palhinha, após as tristes cenas a que assistimos nas bancadas do Municipal de Guimarães. Tem toda a razão o médio do Sporting, embora o fenómeno não seja um exclusivo português. Os díscolos estão por toda a parte, como ainda ontem se viu, em Amesterdão, a propósito do Ajax-Feyenoord. E a falta de autoridade também. Os dirigentes holandeses – desculpem, mas não alinho na moda dos ‘neerlandeses’… – devem ser do calibre de alguns dos que temos por cá, simples serviçais a mando dos donos.

A propósito disso mesmo, quero dedicar o último parágrafo ao grande Maniche, a quem envio um abraço. E nem preciso de pôr mais na carta.

Outra vez segunda-feira, Record, 21mar22

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

Arquivo

Twitter

Etiquetas