Um dia, creio que ainda na SIC Notícias, Jorge Coelho prometeu que enquanto estivesse no ‘Quadratura do Círculo’ não deixaria cair o drama da pobreza infantil. Mantendo as óbvias distâncias, recordo-o sempre que sublinho – e isso sucederá até à minha crónica final aqui no CM – as injustiças a que são sujeitos os profissionais da polícia.
Desta vez, um agente de 27 anos que face à ‘invisibilidade’ da PSP na noite lisboeta decidiu generosamente defender a ordem pública, apesar de se encontrar de folga, foi agredido de forma brutal por um bando de energúmenos – que se confrontava com outro – e perdeu a vida.
Não sei o que mais repudiar, se a negligência na segurança dos cidadãos e a entrega das ruas à marginalidade – por parte de comandos frouxos e do Governo que lhes nega os meios – se a ‘brandura dos costumes’ que não pune com a severidade adequada a violência, física e verbal, sobre os homens fardados.
No caso da última vítima da bandidagem, calcula-se o que se segue: condescendência, atenuantes, tretas sobre ressocialização e uma penazinha que permitirá ao assassino, em meia dúzia de anos, passar pelos familiares do jovem que matou e ainda se rir. Até quando?
Agente Fábio Guerra: presente!
Antena paranoica, Correio da Manhã, 26mar22