Alexandre Pais

Rogério, o Pipi, esteve aqui

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 Rogério com a direção de Record

Terminava a primavera de 1952 quando Benfica e Sporting se defrontaram em mais uma final a Taça de Portugal. Lembro-me da emoção com que o meu pai, também ele adepto e sócio do Belenenses, seguiu o relato pela rádio, e recordo em particular a alucinante sequência de golos e o quinto do Benfica: a poucos segundos do fim, Rogério de Carvalho, o Pipi, fez o seu terceiro, o 5-4, e deu a vitória aos encarnados.

Nunca mais esqueci essa tarde de magia e passei então a reparar na reverência com que os adeptos do futebol se referiam a Rogério, mesmo os que não eram benfiquistas. Se o Pipi lhes aparecesse pela frente não escaparia à devida vénia.

Calcule-se, por isso, a minha própria emoção quando esta semana, 59 anos depois – ai, ai… – pude abraçar, aqui na redação de Record, o grande Rogério, na frescura dos seus 88 anos, e ainda rijo como o aço.

Na edição de amanhã, podem os leitores mais novos conhecer o percurso deste extraordinário executante, que jogou seis finais da Taça de Portugal, ganhando-as todas (!) e apontando 15 golos nessas seis partidas, um feito inigualável e que é, por certo, um recorde do futebol mundial. Vale a pena ler!

Eu já tive a felicidade de viver para desfrutar de um momento que, desgraçadamente, não poderei guardar por outros 59 anos…

Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 10 junho 2011

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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