O relatório da Associação Portuguesa para o Controlo das Tiragens, APCT, referente aos primeiros oito meses do ano, ontem divulgado, confirma a crise das edições em suporte papel, com a enorme quebra de vendas em banca dos títulos de circulação nacional.
Assim, os nove jornais diários – cinco generalistas, dois desportivos e dois especializados em economia – estão a perder uma média de 43 mil exemplares/dia, em relação a 2011, o que corresponderá, no final do ano, a uma quebra de 15,6 milhões de cópias, um número que chegará aos 19 milhões se contarmos com a descida de vendas de “A Bola”, que não se deixa auditar pela APCT precisamente para que a real dimensão da sua queda não seja conhecida.
Nos quatro semanários generalistas, a baixa cifra-se nos 25.547 exemplares, o que corresponderá, cumpridas as 52 semanas do ano, a menos 1,3 milhões de exemplares vendidos em banca.
Quanto às 13 revistas femininas semanais – três das quais de televisão – as perdas atingem os 93.832 exemplares/semana, de que resultará, em 31 de dezembro próximo, uma quebra de 4,9 milhões.
Nas revistas mensais, as perdas apontam para uma diminuição de mais meio milhão de exemplares nas vendas em banca este ano, o que alargará para mais de 26 milhões de exemplares o total de perdas dos diversos títulos, em 2012.
O problema agravar-se-á, no último quadrimestre do ano, se à já habitual quebra sazonal das vendas se somar a atual tendência para a perda de compradores, que a crise económica tem vindo a acentuar. Nesse caso, a descida global das vendas em banca de todos os títulos nacionais não deverá ficar longe dos 30 milhões de exemplares, com uma diminuição de receitas de semelhante ordem de grandeza: cerca de 30 milhões de euros. E se lhe juntarmos a redução significativa das receitas de publicidade, que na imprensa poderá ultrapassar os 90 (!) milhões, o cenário de crise estará completo.