Terminou “Shark Tank”, na SIC, um formato de popularidade segura, como todos aqueles cujo sal seja o dinheiro e a pimenta a exibição de histórias de sucesso. No caso, o sucesso marcou pontos do lado dos tubarões – genericamente sem grande perfil para a função, assinale-se – e esteve quase ausente no dos peixinhos candidatos ao investimento nos seus projectos.
Como em qualquer programa do género, de modestos talentos que pretendem ser estrelas da canção a gente de pé leve que sonha com um “mundo da dança” inexistente entre nós, passando por cozinheiros que querem logo ser chefs, a qualidade dos concorrentes revelou-se idêntica à dimensão do país – pequena.
E verdadeiramente aflitivo em muitos, muitos casos foi a impreparação dos micro-empresários para a gestão, apresentando ideias sem saberem fazer contas. Culpa de um modelo de educação que forma empregados e dependentes, e aprecia pouco o que nos falta: empreendedores capazes de, no mínimo, garantir o próprio sustento. A dizerem que dois mais dois são cinco não há jeito para o negócio que lhes valha.
Antena paranoica, 20JUN15
Peixinhos e tubarões na SIC
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