Alexandre Pais

Páscoa sem Quo Vadis já não é Páscoa

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Pela sua espectacularidade, a cena da pega do touro foi destacada num dos diversos cartazes da película
Após décadas de repetições televisivas por altura da Páscoa, não dei que fosse transmitido este ano o filme Quo Vadis, realizado em 1951 pelo norte-americano Mervyn LeRoy, com Deborah Kerr, Robert Taylor e Peter Ustinov como protagonistas, e estrelas em ascensão, como Sofia Loren ou Elizabeth Taylor, ainda adolescentes, em papéis secundários.
Girando em torno das perseguições aos cristãos na Roma Antiga e não sendo uma película de culto, foi muito popular entre nós, no século passado, pela participação, como duplo, do lendário pegador de touros Nuno Salvação Barreto (1929-1996). Não é o filme da minha vida, mas foi seguramente, com O Pátio das Cantigas – de Francisco Ribeiro, Ribeirinho, de 1942 – aquele que vi mais vezes!
Então com pouco mais de 20 anos, Salvação Barreto – que já dirigia o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, que fundou em 1944 (!) – pegou um touro nos estúdios da Cinecittá, em Roma, Itália, dobrando o lutador Buddy Baer que interpreta o papel do gigante Ursus, o criado que com esse gesto heróico salva a vida da cristã Lygia, a amada do general Marcus Vinicius.
Não sou aficionado, mas a propósito de Quo Vadis recordei os inúmeros serões que passei a ver, na RTP, as pegas, de praça a praça, de um homem polémico e corajoso que marcou uma era.
Parece que foi ontem, Sábado, 27ABR17
O gigante Ursus, aliás, Nuno Salvação Barreto, salva Lygia
No número 54 do Cavaleiro Andante, de 10 de janeiro de 1953, começou a publicar-se a história de Quo Vadis em BD
Nuno Salvação Barreto numa das pegas de caras que fizeram dele uma lenda
Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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