Colecionador, historiador, autor e empresário, o século 20 do desporto português, e particularmente o do futebol, não seria o mesmo se por ele não tivesse passado, com a imposição de uma marca profunda, o empreendedorismo, o talento e o entusiasmo de Henrique Parreirão.
Só o facto de não ter construído uma carreira a tempo inteiro num dos baluartes da imprensa desportiva – passou pelo Record a espaços, como simples redator – pode permitir que a memória do seu nome não disponha hoje, não da grandeza, que essa é indiscutível, mas da projeção que merece.
Como diretor deste jornal, tive o privilégio de receber há dias – das mãos dos meus companheiros de redação António Varela e Fernando Dias – o valioso espólio que Henrique Parreirão reuniu ao longo de uma vida de 90 anos e que a sua filha teve a generosidade de oferecer a Record. Trata-se de um acervo de valor inestimável e que muito beneficiará, hoje e no futuro, muitas e muitas gerações de jornalistas e de leitores.
Daqui envio a Luísa Parreirão o sentido agradecimento de um jornal que honrará o legado de seu Pai.
Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 9 junho 2011