Quando Rui Costa assegurou a presidência do Benfica foi acusado de oportunismo: os opositores de Luís Filipe Vieira exigiam eleições logo na semana seguinte ou quase. A situação parecia caótica, o que daria vantagem a um qualquer cavaleiro de ‘mãos limpas’ que receberia assim, de mão beijada, um negócio para se entreter. Ficaram a falar sozinhos, como mandam os livros.
A seguir, apostaram – não todos e nenhum assumidamente – num eventual falhanço na qualificação do Benfica para a Liga dos Campeões. Com a falta de muitos milhões de euros de receita, talvez os sócios entrassem em pânico e se reunissem condições para a tomada do castelo. Azar, caiu-lhes em cima o azeite quente.
Então, ao menos que o início do campeonato começasse coxo… Fogo, também não deu. Sporting e FC Porto já ‘escorregaram’, o Benfica ainda não.
Mas a errante oposição benfiquista, na verdade um ‘saco de gatos’, teve mais um contratempo: José Eduardo Moniz deixou a figuração e tornou-se delfim da corte. Ele que é uma espécie de Jorge Jesus fora do campo, mestre da tática, veterano com marcas de muitas guerras. E não seguramente por acaso, os corpos sociais demitiram-se e abriram caminho às eleições que os ‘outros’ queriam há um mês para ontem e já não querem agora para 9 de outubro. Claro que Rui Costa e companhia escolheram o ‘timing’ oportuno, só se fossem burros optariam pelo momento adequado para os seus adversários.
E assim, da falta de democraticidade interna de que se lamentavam anteriormente, os contestatários do ‘vieirismo’ passaram para o que acham ser ‘pouco tempo’ para apresentarem propostas e fazerem campanha – mas não é o que ensaiam há anos com os resultados que se conhecem? De facto, trata-se de mero pretexto para os putativos candidatos tirarem os cavalinhos da chuva, aceitando duas realidades: que no presente contexto não apenas perderiam como seriam humilhados, e que num honrado exame de consciência concluiriam não dispor das condições exigíveis para liderar o Benfica. Teria de ser gente melhor – melhor no sentido de mais qualificada – lamento dizê-lo.
Afinal, Cristiano Ronaldo ‘ofereceu-se’ ao City, ao Real Madrid e até ao Barcelona (?) e já um mês antes dissera ao seu amigo Khabib Nurmagomedov – lutador famoso mais ou menos retirado – e segundo revelou o próprio, que ia para o Manchester United? Ai, ai, depois queixamo-nos do estado a que chegámos… A propósito: na crónica de há uma semana, escrevi ‘Alex Fergunson, que ele um dia Cristiano chegou a considerar’, quando deveria ter escrito ‘Alex Ferguson, que um dia Cristiano chegou a considerar’. Quem trabalha sem ‘rede’, sujeita-se. As devidas desculpas, leitor.
O derradeiro parágrafo para Stefanos Tsitsipas, um talentosíssimo tenista da nova vaga que vai dando sinais preocupantes de défice de desportivismo. O último é o de solicitar aos árbitros idas aos lavabos sempre que o jogo não lhe está favorável. Por algum motivo o seu maior ídolo é o negacionista…
Outra vez segunda-feira, Record, 6set21