A RTP aplicou ontem duro golpe na sua má consciência ao dedicar largas horas da programação aos 55 anos de atividade de Júlio Isidro, um dos nossos últimos grandes comunicadores. Personalidades de diversos quadrantes da vida portuguesa deram testemunho das qualidades de um profissional que em 100 mil horas no ar na rádio e em 30 mil horas em televisão preencheu quase todos os géneros da comunicação e atingiu sempre a excelência.
Aos 70 anos, continua como “colaborador eventual” de uma estação que nunca o meteu no quadro, mas que ao longo de décadas deu emprego a “boys” de vários partidos e a amigalhaços de sucessivas gerências, canastrões que por lá abancaram sem deixar marca.
A boa notícia é que Isidro tem, enfim, um lugar de estacionamento (!) no parque da RTP, um presente de colegas inconformados. A explicação para o absurdo é velha: vivemos num país onde não se perdoa o talento, nem se valorizam homens que, como o Júlio, simplesmente se recusam a fazer batota.
Antena paranoica, CM, 17JAN15
Júlio Isidro, o eventual colaborador
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