Alexandre Pais

Jesualdo que avance de vez

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Não se trata já de acreditar ou não na capacidade de Godinho Lopes para dar a volta à situação a que chegou o Sporting. Trata-se, pura e simplesmente, de salvar uma das maiores e mais prestigiadas instituições do País.

Mas partindo do princípio que o presidente não renunciará ao cargo e que mesmo indo o clube para eleições seria bem possível que a crise persistisse e que quase tudo ficasse na mesma, é preciso não perder mais tempo e começar a disparar com os dois canhões que restam no dizimado fortim de Alvalade: o próprio Godinho Lopes e Jesualdo Ferreira.

Não me parece que dos primeiros dias de trabalho do novo “manager” tenham saído as medidas de que os leões necessitam. É verdade que Elias e Izmailov estão (estarão?) fora do baralho, que os capitães passaram do absurdo número de cinco para apenas dois, que os jogadores têm de se afastar desse brutal perigo que é o Facebook, peregrina coisa, e que Vercauteren já tem com quem falar de futebol.

Mas não é menos verdade que não se atacou o que mais interessa agora, tendo em conta que são os resultados do futebol que trazem a bonança ou agravam a tempestade: os males da equipa.

E nessa área o que se vê são hesitações, com o treinador a fazer experiências em todas as partidas, sem conseguir afastar as suas dúvidas e sem apostar num onze. Jogadores internacionais ficam de fora e promessas do Sporting B são chamadas, de forma por vezes incompreensível, a responsabilidades para as quais não foram preparadas. Alvalade é uma máquina de testes.

Vercauteren é um “gentleman”, um conhecedor dos segredos do jogo e podia perfeitamente treinar o Sporting numa situação normal. Acontece que caiu no olho de um vulcão em grande atividade e o que se lhe pede é o impossível: que trave a lava com as mãos.

Compreendo que seja desconfortável para Jesualdo mas, se é ele quem manda, é ele quem pode motivar os jogadores – a tarefa prioritária. E quem paga a três, paga a quatro: é libertar o belga do pesadelo e pôr já Jesualdo a tratar daquilo a que veio.

Minuto 0, publicado na edição impressa de Record de 30 dezembro 2012

Não se trata já de acreditar ou não na capacidade de Godinho Lopes para dar a volta à situação a que chegou o Sporting. Trata-se, pura e simplesmente, de salvar uma das maiores e mais prestigiadas instituições do País.
Mas partindo do princípio que o presidente não renunciará ao cargo e que mesmo indo o clube para eleições seria bem possível que a crise persistisse e que quase tudo ficasse na mesma, é preciso não perder mais tempo e começar a disparar com os dois canhões que restam no dizimado fortim de Alvalade: o próprio Godinho Lopes e Jesualdo Ferreira.
N ão me parece que dos primeiros dias de trabalho do novo “manager” tenham saído as medidas de que os leões necessitam. É verdade que Elias e Izmailov estão (estarão?) fora do baralho, que os capitães passaram do absurdo número de cinco para apenas dois, que os jogadores têm de se afastar desse brutal perigo que é o Facebook, peregrina coisa, e que Vercauteren já tem com quem falar de futebol. Mas não é menos verdade que não se atacou o que mais interessa agora, tendo em conta que são os resultados do futebol que trazem a bonança ou agravam a tempestade: os males da equipa.
Enessa área o que se vê são hesitações, com o treinador a fazer experiências em todas as partidas, sem conseguir afastar dúvidas e sem apostar num onze. Jogadores internacionais ficam de fora e promessas do Sporting B são chamadas, de forma por vezes incompreensível, a responsabilidades para as quais não foram preparadas. Alvalade é uma máquina de testes.
Vercauteren é um “gentleman”, um conhecedor dos segredos do jogo e podia perfeitamente treinar o Sporting numa situação normal. Acontece que caiu no olho de um vulcão em grande atividade e o que se lhe pede é o impossível: que trave a lava com as mãos.
Compreendo que seja desconfortável para Jesualdo mas, se é ele quem manda, é ele quem pode motivar os jogadores – a tarefa prioritária. E quem paga a três, paga a quatro: é libertar o belga do pesadelo e pôr já Jesualdo a tratar daquilo a que veio.

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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