Alexandre Pais

Antena paranóica: António Fagundes é sublime em "Gabriela"

A

Vi a primeira versão de
“Gabriela”, em 1975, de princípio a fim. Estávamos no tempo em que o país ainda
parava por alguma coisa e papéis como os de Nacib, Maria Machadão, Tonico
Bastos, coronel Melke ou Mundinho, interpretados por actores geniais – e permito-me
distinguir, entre todos, o lendário Paulo Gracindo na pele do coronel Ramiro
Bastos –, deixaram-nos uma marca para a vida.

Mas não vale a pena voltar ao
passado porque esta “Gabriela” nada deve à anterior. Ary Fontoura e José Wilker
são repetentes de luxo, naturalmente em personagens diferentes, e mesmo tendo
perdido agora interpretações únicas – casos de Nívea Maria, como Jerusa,
Elisabete Savalla, como Malvina, e em especial Sónia Braga, insuperável como
Gabriela – esta versão honra os pergaminhos da Globo em matéria de novelas.

E a reunião de há dias em
casa de Ramiro Bastos, a pedido de um Nacib obcecado com o “quero ser corno
não”, atingiu um nível sublime, com António Fagundes a dar aula no pátio dos
deuses. Quem gosta da arte de representar não pode deixar de ver “Gabriela”.

Antena paranóica, publicado na edição impressa de Record de 29 dezembro 2012

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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