Este ano, o futebol parará só uns dias em julho, mês em que não faltarão novidades com o regresso dos treinos. Mas depois da final da Champions – com o devido respeito à Seleção, que terá ainda pelo menos quatro jogos para disputar – tentarei mesmo entrar em férias de bola, até porque a sanidade mental da coisa futebolística está preta.
Veja-se o estranho caso do Moreirense. Salvo da descida por Petit, após várias soluções técnicas falhadas, quem escolheu para seu treinador na próxima temporada? Pois Manuel Machado, distinguido pelo contributo dado – treinando ambos – à desgraça dos despromovidos desta época!
Prefiro, assim, começar já hoje a olhar para outro lado, destacando a fantástica Volta à Itália. Tom Demoulin, cuja melhor classificação numa grande prova tinha sido um sexto lugar na Vuelta de 2015, ganhou o Giro com um desempenho brilhante, deixando a 31 segundos Nairo Quintana e a 40 o italiano Vincenzo Nibali, dois ciclistas notáveis. O colombiano ganhou a volta transalpina em 2014, a espanhola em 2016 e soma no Tour dois segundos lugares e um terceiro. Quanto a Nibali, já venceu as três competições, a italiana por duas vezes. Mas a verdade é que neste Giro, quando o asfalto empinou, os rivais não se impuseram como trepadores ao contrarrelogista holandês e ele aguentou-se e derrotou-os.
A propósito: como se aguentarão agora, em Roland Garros, os Nibalis do ténis, ameaçados pelo ataque dos Demoulins? Sim porque há mais vida para além do futebol.
Canto direto, Record, 29MAI17
A sanidade mental da coisa futebolística está preta
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