Pensar que uma derrota como aquela que o Benfica sofreu em Alvalade – a terceira com os leões e o quarto clássico perdido em três meses e meio – representou apenas mais um insucesso que rapidamente se superará, é laborar num erro. Os encarnados vão precisar de tempo, porventura do tempo que não terão, para ultrapassar os efeitos psicológicos desse desaire.
A jornada europeia foi exemplar na confirmação das atuais limitações da turma da Luz. A jogar no Astana Arena, as pernas ainda lhe tremiam quando se viu em desvantagem (2-0) frente ao terceiro classificado do campeonato do Cazaquistão. Como escreveu aqui no Record, Luís Pedro Sousa, os encarnados, com quase todos os titulares, “denotaram em alguns períodos uma confrangedora ineficácia na primeira fase de construção de jogo” – aquela sem a qual nada feito. Valeu a qualidade de Raúl Jiménez para reduzir, antes do intervalo, e a sua inspiração, na segunda parte, para chegar ao empate, com um remate “enrolado” e de primeira, próprio dos avançados com “faro de golo”. Foi um osso.
Já a ressaca do dérbi trouxe ao Sporting a dinâmica oposta, pois goleou no terreno do Lokomotiv, também terceiro classificado do campeonato mas do russo, e fazendo alinhar de início quatro ou cinco habituais suplentes. Foi canja.
Dito isto, conclui-se que o Sporting ganhará hoje facilmente ao Belenenses e que o Benfica passará por grandes dificuldades em Braga. O único problema é que o futebol é fértil, e é rico por isso mesmo, em demonstrar o que é evidente e, com igual simplicidade, o seu contrário.
Canto direto, Record, 30NOV15
O osso do Benfica e a canja do Sporting
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