Aos 24 anos, o seu percurso como tenista é ainda modesto. No Grand Slam, tanto em singulares como em pares, a japonesa Misaki Doi fica-se na maioria das vezes pela primeira eliminatória. E foi o que aconteceu neste último Open da Austrália, apesar de ter ganho o primeiro set, no tiebreak, à alemã Angelique Kerber, e de ter falhado por muito pouco o 2-0, já que dispôs de um matchpoint no segundo set, de novo no tiebreak, que desperdiçou para vir a perder por 1-2 (7-6, 6-7 e 3-6) e ser eliminada.
Quis a gloriosa incerteza do desporto que Kerber, de 28 anos e n.º 6 do ranking WTA (hoje já n.º 2), se recompusesse desse susto de “quase eliminação” e chegasse à final do Open. Para defrontar, azar dela, a campeoníssima Serena Williams, de 34 anos e 36 (!) títulos do Grand Slam: 21 em singulares, 13 em pares (sempre com a irmã, Venus) e dois em pares-mistos.
Antes do confronto derradeiro, as hipóteses de Kerber eram mínimas. A tenista germânica jogava a primeira final e a norte-americana vencera as suas últimas nove, de 2012 a 2015. Mas basta uma hipótese num milhão para ser possível a vitória, e Kerber, contra todas as previsões, conquistou justamente o seu primeiro grande título. E Serena perdeu a sétima das 43 finais do Grand Slam – 26 em singulares e 17 em pares – que disputou desde 1998, já lá vão 18 anos!
Há quem diga – e não faltarão por aí preconceitos – que Serena entrou no ocaso da carreira. Isso sucederá um dia, mas acredito mais que a maior campeã da história do ténis não acabará assim e que voltaremos a vê-la, já em Roland Garros, a ganhar a 44.ª final. Vai uma aposta?
Em Paris, Serena
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