A noite eleitoral nos canais de sinal aberto foi ganha “de goleada” pela TVI, que compreendeu melhor que a SIC o tipo de espectador a servir e utilizou bem “A Quinta”, ensanduichando as peripécias de um ato com vencedor certo entre uma expulsão preparada e uma “gala” dominada pelo habitual menu do disparate.
Sem macacadas agropecuárias para captar uma audiência de largo contorno popular, a SIC adotou a linha editorial conservadora do seu canal de notícias e fez fogo com os pesos-pesados da opinião, que se multiplicavam em considerações redondas enquanto Marisa “dobrava” Maria de Belém e o Tino telefonava a Marcelo, ameaçando dar-lhe umas ideias, chegar a quinto na classificação e – quem sabe? – ser chamado à “Quinta”, onde tanto notamos a sua falta, uma vez que os outros ícones da nação já por lá passaram todos.
O resultado das opções tornou-se claro nas audiências do rescaldo eleitoral: 1,26 milhões de telespectadores para a TVI e 686 mil para a SIC, pouco mais de metade. E pelo meio – mesmo no meio – ficou a RTP1, com 981 mil, como consequência de um trabalho “clean”, uma mistura equilibrada da vivacidade dos diretos com a modorra da análise e dos gráficos. Foi uma grande banhada, ò SIC.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 30JAN16