No início do ano, Cristina Ferreira atirou mais uma toalha ao chão e pôs fim ao último fracasso: o ‘Cristina ComVida’, um ‘flop’ de audiências e um gasto absurdo de dinheiro, que terminou – oh, espantosa coincidência! – no preciso dia em que António Costa desfrutou de tempo de antena extra com a dona da casa. Mas a apresentadora já estava confortada pelo seu golpe de asa – semelhante ao de Frederico Varandas quando contratou Rúben Amorim – ou seja, pela ideia de ir buscar Bruno de Carvalho para salvar a enésima edição do ‘Big Brother’ e a sua própria cabeça de diretora de entretenimento da TVI.
Os primeiros resultados da aceitação do público foram claros, o programa ‘passou’ e só não lidera regularmente no horário em que lhe cai em cima o pedregulho do ‘Preço certo’. Os espectadores sentem natural curiosidade em conhecer o ‘verdadeiro’ Bruno de Carvalho – como se isso fosse possível… – e são também seduzidos por um conjunto de candidatos interessantes, com exceção do canastrão irritante que resiste. Assim, basta à produção continuar em velocidade de cruzeiro, explorando ao máximo a participação do ex-presidente do Sporting. Com tranquilidade, que os lorpas votam para o boneco e não percebem isso.
Antena paranoica, Correio da Manhã, 22jan22
