Alexandre Pais

Dois jogos para máquinas à espera do Benfica

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O golo de Carlitos Tévez foi provavelmente o maior revés que o Benfica sofreu nos últimos tempos. É verdade que, sem ele, talvez a equipa não reagisse com tanta determinação, talvez Lima não tivesse primeiro a oportunidade e depois a “raiva” para disparar a “bomba” que deu a vitória. Mas 1-0 seria sempre melhor para os encarnados que 2-1 e naquele golo fora conseguido pelo craque argentino pode estar a chave da passagem à final – esperemos que não.
Em situação normal, o Benfica marcar em Turim seria o mais certo que a Juventus poderia esperar. O problema está na sobrecarga de jogos, no tempo que Fejsa e especialmente Gaitán levarem a recuperar das lesões, e nas sequelas, físicas e mentais, que o Benfica trouxer amanhã do Dragão.
Para os portistas, a meia-final da Taça da Liga tornou-se no principal, no único desafio – já que nada mais lhes resta – que não podem perder. Atuando em casa e sem competição a meio da semana, essa responsabilidade cresce, pelo que uma dura carga de trabalhos é o que espera a equipa da Luz, fustigada pela multiplicação do esforço e da tensão – dez jogos em 33 dias, quase no final de uma temporada desgastante, é para máquinas, não para homens. Por outro lado, um eventual segundo título a juntar à Supertaça disfarçaria a “época horrível” com que se martirizam os dragões.
A perda de Sílvio e depois de Sálvio, e agora igualmente a impossibilidade de utilizar André Gomes na próxima quinta-feira vieram complicar bastante a até aqui notável gestão do plantel feita por Jorge Jesus, que conseguiria, não fossem os impedimentos físicos e disciplinares, contar com 18 ou 19 jogadores em patamar semelhante de rendimento. É obra.
Sendo assim, aguça-se a curiosidade sobre que onze encarnado entrará de início no Porto, tanto mais que outra lesão de uma pedra nuclear – Luisão, Garay, Enzo, ui… – deixaria o Benfica fragilizado para o confronto com a Juventus, no qual há que marcar e tentar ganhar para evitar perder. Com três finais à vista e uma já garantida, existem sérios riscos de falhar as outras duas. Mas podem os benfiquistas aguardar o melhor porque há também boas hipóteses de conseguir o “tri” e até o “tetra” que falhou o ano passado. Quem roer, vai ficar sem unhas.
Canto direto, Record, 26ABR14

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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