Alexandre Pais

Deus e o Papa: dois é capaz de ser de mais

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Todos os que um dia jogaram futebol, em particular se foram defesas, sabem o que eu sei. Na altura do remate do jogador que nos compete marcar, os nossos olhos devem fixar-se apenas na bola. Só assim se consegue – quando se consegue – tapar o caminho da “menina” para a baliza.

Ainda no último Real-Barça, fiquei admirado pela forma como Messi, com um defesa cotado e experimentado como Sergio Ramos bem na sua frente, logrou não só rematar como enganar Diego López, atirando a bola para o lado mais improvável.

Bem, admirado num primeiro segundo porque depois a obra já não é do “avançado”, é de Messi. O génio argentino usa a sua técnica insuperável à velocidade dos craques dos matraquilhos, ou seja, quem defende não tira os olhos da bolinha mas só sabe que ela entrou quando a ouve bater na madeira.

Com o Milan repetiu-se a história: entraram duas batatas com o selo de Messi, que os defesas italianos só viram quando se colaram à rede. Mais um dia passado e “habemus papam”. E é argentino? Peço perdão por chamar ao caso o diabo: é que, depois de Deus, um Papa das pampas é capaz de já ser de mais. 

Passe curto, publicado na edição impressa de Record de 13 março 2013

Todos os que um dia jogaram futebol, em particular se foram defesas, sabem o que eu sei. Na altura do remate do jogador que nos compete marcar, os olhos fixam-se apenas na bola. Só assim se consegue – quando se consegue – tapar o caminho da “menina” para a baliza.
Ainda no último Real-Barça, fiquei admirado pela forma como Messi, com um defesa cotado e experimentado como Sergio Ramos bem na sua frente, logrou não só rematar como enganar Diego López, atirando a bola para o lado mais improvável.
Bem, admirado num primeiro segundo porque depois o feito já não é do “avançado”, é de Messi. O génio argentino usa a sua técnica insuperável à velocidade dos craques matraquilhos, ou seja, quem defende não tira os olhos da bolinha mas só sabe que ela entrou quando a ouve bater na madeira.
Com o Milan repetiu-se a história: entraram duas batatas  com o selo de Messi, que os defesas italianos só viram coladas à rede.  Mais um dia passado e “habemus papam”. E é argentino? Peço perdão por lembrar o diabo: é que, depois de Deus, um Papa das pampas já é de mais. 

Por Alexandre Pais
Alexandre Pais

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