Num destes dias, ao ver a psicóloga Teresa Paula Marques num debate na televisão, lembrei-me, por um lado do seu trabalho numa série que produzi para a RTP, em 1995 – A minha vida dava um filme, a que já aqui fiz referência em 2011, a propósito de uma entrevista de vida a Isabel Wolmar – e por outro da apresentadora do programa, uma mulher da velha guarda da estação oficial, que vivia, ela própria, num dilema frequente no seu escalão etário – ela tinha 62 anos. Dizia então Isabel Wolmar, numa entrevista, em 1995: “Cada pessoa tem a sua época e a minha já há muito que passou”.
Frase sábia, essa, vinda de uma profissional segura e com uma longa carreira na TV, mas que estava longe de corresponder à realidade, pois o Adriano Cerqueira, quando me encomendou os primeiros 26 (de 52) episódios da série, pôs-me uma condição: “Tem de ser apresentado pela Isabel Wolmar, que merece e precisa muito de voltar a ter um programa”.
Em 2013, quando me reformei, admiti poder sentir idêntica nostalgia, mas deu-se precisamente o contrário, cada pessoa tem a sua época, mesmo. Como por desgraça aconteceu com a Teresa Pais e a Fátima Raposo, traves mestras do A minha vida e que tão cedo partiram. Não adianta, é assim.
Parece que foi ontem, Sábado, 29NOV17
Cada pessoa tem a sua época
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