“Não sou apologista do futebol para senhoras, é um desporto demasiado viril para ser jogado por elas. Além disso, se não for jogado com virilidade, creio que se tornará até um bocado rídículo (…) embora possa estar redondamente enganado” – palavras de José Mourinho Félix, numa entrevista ao Off-Side, em 1983, treinava ele o Rio Ave. O pai do Special One, uma figura que marcou o início da minha carreira e que daqui saúdo com emoção, interpretava apenas o senso comum das décadas de 80 e 90. Ainda hoje, se virmos o espaço dedicado à Seleção feminina pela imprensa desportiva e o estatuto dos jornalistas escalados para a acompanhar, verificamos que o reconhecimento não é total, vendo-se até por aí alguns sorrisinhos amarelos…
A verdade é que depois do êxito no playoff com a Roménia, que começou com um penálti falhado no Restelo e terminou em Cluj com a qualificação para o Europeu de 2017, as futebolistas portuguesas serão levadas de vez a sério.
Dou um exemplo simples: na Finlândia, cuja seleção não está entre as 16 apuradas para o Euro, existem cerca de 30 mil jogadoras federadas, dez vezes (!) mais do que acontece entre nós, o que diz bem do extraordinário trabalho desenvolvido pela Federação de Futebol, pela equipa técnica e pelas nossas jogadoras. Chapeau!
Parece que foi ontem, Sábado, 9NOV16
Até no futebol elas tiveram que se impor
A