Luís Felipe Scolari criou a
onda e meteu a Selecção Nacional na moda. Com isso, redescobrimos a beleza da
Bandeira e voltámos a saber cantar o Hino. Graças ao futebol, Portugal
recuperou o orgulho perdido.
Mas da grande causa de 2004,
que se foi prolongando até 2008, resta pouco mais do que a festa. A histeria,
não já colectiva, é alimentada pelos média, na desesperada tentativa de que o
tempo – e com ele o entusiasmo, as vendas e as audiências – ande para trás.
As últimas horas da Selecção
em Lisboa, antes da partida para a Polónia, foram doentiamente seguidas, ao
segundo e até à largada da Portela – incluindo o palpitante percurso de
autocarro, esse clássico – por dezenas de jornalistas e transmitidas em directo
pelo menos por três canais de televisão.
E quando todos pensávamos num
descanso reparador, eis que surgem novas imagens, também em directo, da chegada
a Poznan. Só não conseguimos ver o que se passou com o avião em pleno voo,
pormenor da máxima relevância, lamentável falha. Que se pode corrigir já no
próximo dia 18, infelizmente.
Antena paranóica, publicado na edição impressa do CM de 9 junho 2012